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Jornada em Defesa do Rio Camaquã discute projeto de mineração
A mobilização contra a instalação das empresas Votorantim e Iamgold Brasil prossegue amanhã, com a Jornada em Defesa do Rio Camaquã. Uma audiência pública convocada pelo grupo União Pela Preservação do Rio Camaquã e pelo deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), deve reunir autoridades públicas, especialistas e moradores às margens do rio nesta-sexta, a partir das 10h. O evento pretende esclarecer a comunidade sobre o empreendimento de mineração que pretende instalar nas margens do rio, a céu aberto, uma mina para extrair cobre, zinco e chumbo, que está em análise na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
O encontro ocorre na propriedade do produtor Neco Barbosa, no Corredor da Lixiguana, na localidade de Palmas, com acesso no quilômetro 579 da BR-153, que liga a BR-290 a Bagé. Integrante do grupo União pela Preservação do Camaquã e uma das organizadoras do evento, Vera Colares explica que a entrada do local onde será realizada a audiência será sinalizada com placas.
Ela adianta que a expectativa é de que mais de 600 pessoas participem do ato, representando os 28 municípios banhados pela bacia do Rio Camaquã, entre moradores e autoridades. As atividades iniciam às 10h, com o encontro dos integrantes, depois prossegue com passeio de barco e almoço. Durante a tarde, a partir das 16h30min, o grupo se dirige às Guaritas, onde as empresas pleiteiam a instalação da mina.
Vera destaca que está sendo disponibilizado transporte para as pessoas interessadas em participar da manifestação. Serão dois ônibus e um micro-ônibus, que já estão quase lotados. "Ainda temos algumas vagas em aberto. As pessoas podem confirmar a presença através do telefone 98128-5722", informa.
Segundo o deputado Mainardi, o ato busca conscientizar a opinião pública do Rio Grande do Sul sobre a importância do Rio Camaquã para o Bioma Pampa e sobre os riscos decorrentes da instalação de uma mineradora no município de Caçapava do Sul, a poucos metros da nascente do rio, ao ecossistema da região. "Temos certeza que, ao cabo de 20 anos, a mineradora levantará acampamento, depois de faturar milhões com a extração de chumbo, cobre e zinco, material que será processado na China, deixando para trás resíduos que podem matar o nosso Camaquã. Daremos um grande grito em defesa da vida, em defesa do Camaquã", destaca ele.
Estão confirmados, além de Mainardi e do presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto (PT), os deputados estaduais Zé Nunes (PT), Pedro Ruas (PSol) e Regina Becker (Rede).