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Audiência pública em defesa do rio Camaquã reúne mais de 600 pessoas

Publicada em 08/04/2017
Audiência pública em defesa do rio Camaquã reúne mais de 600 pessoas | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Comitiva de Amaral Ferrador percorreu 400 KM

O ato contra a instalação das empresas Votorantim e Iamgold Brasil, que pretendem extrair cobre, zinco e chumbo no município de Caçapava do Sul, reuniu mais de 600 pessoas às margens do rio Camaquã, na sexta-feira. A mobilização foi articulada pelo grupo ‘União Pela Preservação do Rio Camaquã’, e pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT). A audiência pública reuniu políticos, especialistas e moradores de 28 municípios banhados pelo manancial.

Para chegar até o local onde aconteceu o ato (na propriedade do produtor Neco Barbosa, no Corredor da Lixiguana, no distrito de Palmas), foi necessário percorrer 18 quilômetros de estradas vicinais, a partir da BR-153, além de trechos por dentro de propriedades particulares. O presidente da Assembleia Legislativa, Edgar Pretto (PT), chegou na parte da manhã, acompanhado por um grupo de cavalarianos, trazendo a bandeira do Rio Grande do Sul.

Logo em seguida, Pretto e Mainardi realizaram um passeio de barco pelo rio, acompanhados da imprensa, Bombeiros e alguns convidados. A deputada Regina Becker (Rede Sustentabilidade) também participou do evento. Ela é defensora da causa animal e do meio ambiente no Legislativo gaúcho.

Para Mainardi, é necessário que a sociedade se posicione, mas para isso é preciso conhecer os danos que o empreendimento pode causar. “Queremos trabalhar na defesa do patrimônio natural do Camaquã” diz.

Regina conta que está lutando pela causa desde o início. Ela lembra que sempre foi uma voz solitária na Assembleia, em defesa das causas ambientais. “Temos que unir nossas forças e defender nossa terra. Esse empreendimento, além de contaminar água, solo, ar e seres vivos, pode trazer um caos social, devido à vinda de pessoas que buscam oportunidades de emprego”, informou.

Pretto se posicionou contra o empreendimento. Ele disse que a intenção era tirar uma posição oficial da Assembleia e, após, emitir um documento para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que avalia o pedido das empresas para iniciar a mineração. O parlamentar argumentou que não conhecia o local, mas ficou impressionado com a preservação do rio. Após o evento, os deputados foram até a região onde as empresas pleiteiam a instalação da mina.

 

Organização

De acordo com Márcia Colares, uma das organizadoras, a intenção da audiência é esclarecer a população sobre os danos que o empreendimento irá trazer para a região. Ela lembrou que no primeiro movimento realizado em novembro do ano passado, às margens do rio, participaram cerca de 300 pessoas. Agora, houve mais representatividade de entidades, órgãos, associações, instituições de ensino e apoio político.

 

Adac

Conforme os representantes da Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), Matheus Garcia e Marcos Blanco, em uma área de cerca de 20 quilômetros vivem, aproximadamente, quatro mil famílias. Estima-se que 80% vive da agropecuária.

Blanco relatou que a empresa já prevê alguns danos em seu Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (Eia /Rima), porém não apresenta nenhum dado sobre a dificuldade sofrida por produtores quando a períodos de seca ou enchente. “Além de utilizarem água do manancial, ainda irão deixar resíduos de chumbo que irão contaminar toda a produção”, acredita.

O prefeito do município de Amaral Ferrador, Nataniel Doval Cândia, percorreu cerca de 400 quilômetros para chegar até o evento, junto a uma comitiva de quatro pessoas. O chefe do Executivo afirmou que a cidade é totalmente contra o empreendimento. O posicionamento foi definido em uma audiência pública. Para ele, é necessário que se preserve a vida do rio.

 

Remadores

Um dos organizadores da descida do Camaquã, Diogo Duarte, destaca que os remadores estão lutando pela preservação do manancial há 22 anos. “E o governo ainda cogita em dar liberação para uma empresa degradar e poluir. Temos que manter a preservação”, ressalta.

 

Furg

A professora da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), Jaqueline Durigan, e o pesquisador e oceanólogo Carlos Alberto Seiferd Júnior, realizam, junto com um grupo de doutores, a analise do Eia/ Rima apresentado pela empresa. O trabalho gerou um relatório técnico, apontando as falhas, que foi protocolado na Fepam. “A luta é positiva e traz uma participação da população que deveria se envolver em todo o processo. É necessário que as pessoas se posicionem e digam como pensam o rio”, salienta Jaqueline.

O doutor em Ecologia e ex-professor da Furg, Antônio Libório Philomena, após analisar todo o documento, escreveu uma crítica com bases científicas e protocolou na Fepam. Philomena afirmou que é difícil calcular o custo-benefício, visto que, em sua visão, a empresa não é transparente ao apresentar os laudos.

 

Prefeitura de Bagé

Na avaliação do Secretário Municipal do Meio Ambiente e Proteção ao Bioma Pampa, Aroldo Quintana, a mineração não irá trazer compensação para a região. Para ele, o risco de contaminação do meio ambiente a eminente e trará um dano irreversível também para a economia.

Projeto
A empresa paulista Votorantim Metais Holding e a canadense-norueguesa Iamgold estão buscando a licença ambiental junto à Fepam para a mineração no distrito de Minas do Camaquã, em Caçapava do Sul. O empreendimento será o primeiro polimetálico da companhia no Rio Grande do Sul. O processo de licenciamento iniciou com a apresentação dos estudos nos municípios de Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Bagé e Pinheiro Machado. A estimativa das empresas é que o depósito tenha 29 milhões de toneladas de reserva mineral. Projeções indicam a disposição mais adequada do ponto de vista sustentável para exploração de uma mina a céu aberto, composta por três cavas, e vida útil estimada em 20 anos.
O investimento previsto é de R$ 322 milhões e a expectativa é de que 450 empregos diretos sejam gerados na fase de operação, prevista para 2019. A produção estimada é de 36 mil toneladas por ano de chumbo contido, 16 mil toneladas por ano de zinco contido e cinco mil toneladas por ano de cobre contido. O cobre e o chumbo serão exportados via Porto do Rio Grande. Já o zinco será transportado para as metalurgias da Votorantim Metais, localizadas nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Três Marias. O projeto está parado na Fepam, aguardando apresentação de novas informações.

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