Cidade
Região está preparada para armazenar safra histórica de soja
Os produtores gaúchos esperam colher uma supersafra de soja este ano. Projeção é de uma safra histórica. O presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé e região, Ricardo Zago, investe no plantio de soja há seis anos. Ele planta a oleaginosa em Pedras Altas e em Bagé, na localidade do Piraí. Ao todo, Zago tem 550 hectares cultivados. A exemplo do resto do Rio Grande do Sul, a região vai ter a melhor colheita de soja, afirma o produtor.
A média histórica da região (Aceguá, Bagé, Candiota e Hulha Negra) em anos anteriores era de 30 a 35 sacas de soja por hectare, e para esta safra a previsão é de 55 sacas por hectare.
Na contramão de outras regiões do Estado, onde os produtores enfrentam problemas para armazenar o grão, por falta de espaços para absorver a colheita, a Campanha está em situação mais confortável.
O MINUANO conversou com lideranças do setor sobre a colheita e a capacidade de armazenamento da oleaginosa. Com apenas 10% dos 110 mil hectares do grão colhido, os produtores prospectam uma boa safra.
Sobre a capacidade de armazenamento, Zago garante que a a região está preparada para estocar o grão em até 40% da colheita. O presidente relata que devido à proximidade do porto de Rio Grande, onde é escoada a safra, os produtores da Campanha investiram na construção de silos, o que garante uma situação favorável.
Preço baixo pode estocar o grão
Em relação ao armazenamento, o presidente da Cooperativa Agrícola Mista Aceguá Ltda. (Camal), Sieghard Ott, afirma que os produtores dos municípios da região não enfrentam o problema da falta de estrutura para estocar a soja.
O presidente está otimista com a safra de soja e prospecta uma média de 40 sacas por hectare. Ott informa que o valor do produto está baixo em relação ao ano passado, e isso pode fazer com que o produtor queira estocar o produto. Em 2016, devido a inúmeras perdas nas lavouras de soja, o valor da saca chegou a R$ 95, e este ano está entre R$ 55 e R$ 60.
Renato Marcuso, produtor da região de Aceguá, plantou 300 hectares de soja este ano. Ele salienta que já tem local de armazenagem para o produto, e parte é levada diretamente para o porto de Rio Grande. Marcuso já terminou a colheita e conseguiu alcançar a média de 60 sacas por hectare.
Estruturas suficientes
Conforme a engenheira-agrônoma de uma empresa de armazenagem de Bagé, Ana Paula Teixeira de Ávila, ainda não é possível confirmar uma supersafra, mas ela já projeta uma boa colheita. A profissional ressalta que houve pouco investimento no setor, devido à quebra de safra no ano passado. Segundo ela, as estruturas existentes, entretanto, devem comportar a demanda. "Tanto os produtores como as empresas ficaram receosos de investir", disse. A empresa recebe em torno de 1,2 mil sacas e consegue armazenar 30% do produto.