Minuano Saúde
Gripe: importância da vacinação e prevenção
O frio chegou e com ele a preocupação com as doenças respiratórias. A influenza (nome técnico da gripe), neste ano, apresentou uma nova mutação e então o Ministério da Saúde realizou pesquisas e antecipou a vacinação, buscando sempre a prevenção.
Segundo a médica pneumologista Flávia Marzola, a gripe não tem remédio, o importante é prevenir.
A influenza é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação é a pneumonia, responsável por um grande número de internações hospitalares no País. A gripe começa com febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de dor muscular, dor de garganta e de cabeça, além de tosse seca.
A febre é o principal sintoma da gripe e dura em torno de três dias. “Este é um sinal. Geralmente nos casos das influenzas A e B, são altas, com cerca de 39 graus”, ressalta Flávia. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão e mantêm-se, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. É muito comum em todo o mundo, sendo possível uma pessoa adquirir várias vezes ao longo de sua vida. A gripe é frequentemente confundida com outras viroses respiratórias, e por isso o seu diagnóstico só é feito mediante exame laboratorial específico.
Enquanto a maioria das pessoas é infectada algumas vezes durante o ano com o vírus do resfriado, a gripe ocorre com menos frequência, manifestando-se, por exemplo, uma vez em alguns anos.
Nesta edição, a pneumologista Flávia Marzola fala sobre a importância da prevenção e da vacinação.
Sintomas, tratamentos e imunização
A gripe é causada pelo vírus influenza. Os sintomas geralmente aparecem de forma repentina, como febre, vermelhidão no rosto, dores no corpo e cansaço. Entre o segundo e o quarto dia, os sintomas corporais tendem a diminuir, enquanto os respiratórios aumentam, aparecendo, com frequência, uma tosse seca.
Já o resfriado é causado, na maioria das vezes, por rinovírus. Os primeiros sinais costumam ser coceira no nariz ou irritação na garganta, que são seguidos, após algumas horas, por espirros e secreções nasais. A congestão nasal também é comum nos resfriados, porém, ao contrário da gripe, a maioria dos adultos e crianças não apresenta febre ou tem apenas febre baixa.
Conforme a médica pneumologista, a prevenção se dá apenas por meio da vacinação. “Temos, neste ano, a mutação do vírus H1N1, então estamos salientando a importância da imunização. O mais importante a dizer é que todos os anos devem ser vacinados os grupos de risco. Quem tomou a vacina em 2016, tem que tomar em 2017 e assim sempre”, salienta Flávia.
A profissional explica que as influenzas são doenças febris agudas e altas, com tosse, alguns quadros de falta de ar, dor no corpo, dor de cabeça e articular e, em casos mais graves, vômitos e náuseas. “Não existe doença aguda (a gripe) de mais de 15 dias, o que pode ocorrer é que o paciente esteja evoluindo para uma doença secundária, por exemplo, pneumonia”, esclarece.
Para a médica, a prevenção é sempre o melhor remédio.
Prevenção
A vacina é a melhor maneira de evitar a gripe e suas complicações. Todos os anos é necessário receber uma nova dose, já que a sua composição é alterada de acordo com o tipo de vírus mais provável de se disseminar.
A imunização, segundo o Ministério da Saúde, previne de 70% a 90% dos casos de gripe, mas não protege contra outras infecções respiratórias, como o resfriado. “Neste ano, tivemos pouca procura, pois começou mais cedo e como não tivemos temperaturas tão baixas, o público que necessita tomar a vacina ainda não compareceu em massa. Esperamos que mude até o final da campanha, no dia 26 de maio”, ressalta Flávia Marzola.
O efeito preventivo da vacina é observado cerca de duas semanas após a aplicação da dose, por isso a aplicação deve ser feita antes do inverno, época em que ocorrem os maiores índices de infecção.
Conforme a pneumologista, reações adversas à imunização, que podem ocorrer, costumam ser leves, como dor no local da injeção, febre e mal-estar, que duram um ou dois dias. Há evidências de que quem recebe a vacina todos os anos desenvolva maior resistência à doença. “Por isso, todas as pessoas que tiveram acesso devem recebê-la anualmente. Para o resfriado, ainda não há vacina disponível”, comenta.
Outras atitudes importantes, destacadas pela profissional, além da imunização, são a boa alimentação, hidratação e lavar bem as mãos. “Quem está doente deve se afastar, não ir trabalhar e ficar em casa, pois o repouso é importante. E muito cuidado, pois a evolução é muito grave, podendo chegar a uma doença respiratória muito preocupante, que é a pneumonia”, alerta.
Tratamentos
Ainda não existem medicamentos que tenham demonstrado bons resultados no combate aos vírus da gripe e do resfriado, por isso o tratamento é direcionado ao alívio dos sintomas. Os principais medicamentos sintomáticos utilizados são os analgésicos e antitérmicos, que aliviam a dor e a febre.
“O primeiro passo é confirmar a influenza. Após a confirmação, começamos o tratamento com Tamiflu – saliento que esse medicamento é bom apenas para a gripe, para o resfriado comum não tem eficácia. Sempre é importante consultar um médico, não se automedicar”, alerta a especialista.
Grupos de risco
A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza vai até o dia 26 de maio. O Ministério da Saúde adquiriu 60 milhões de doses para a imunização e tem previsão de que serão vacinadas mais de 54 milhões de pessoas que integram os grupos prioritários.
A partir desta edição da campanha, professores das redes pública e privada passam a fazer parte do público-alvo. “Pela primeira vez, o Brasil está vacinando os professores contra a influenza. São profissionais que têm contato com dezenas de alunos diariamente, ficando expostos à contaminação”, ressalta o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Devem se vacinar:
• Pessoas com 60 anos ou mais;
• Crianças de seis meses a menores de cinco anos;
• Indígenas;
• Obesos;
• Gestantes e mulheres no período de puerpério (45 dias após o parto);
• Profissionais de saúde;
• Pessoas privadas de liberdade (apenados);
• Funcionários do sistema prisional;
• Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais (determinada pelo profissional da saúde) – diabéticos, cardíacos crônicos, asmáticos e com doenças respiratórias graves;
• Professores.
Os demais que desejam se imunizar podem procurar clínicas particulares.