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Déficit da Apae ultrapassa R$20 mil mensais
A Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), em Bagé, está passando por dificuldades financeiras. A instituição atende 350 pessoas e tem 140 na fila de espera. A Apae está com um déficit de R$ 20 mil mensais devido ao cancelamento do convênio com a prefeitura desde o início do ano. Para auxiliar na manutenção, um grupo de mães dos atendidos pela entidade realizou um bingo neste sábado. Além disso, será feito um pedágio no dia 7 de junho e um galeto no dia 2 de julho.
De acordo com a gerente da entidade, Fernanda Oliveira, a folha de pagamento é de R$ 35 mil fora os encargos sociais. O Sistema Único de Saúde (SUS) cobre R$26 mil deste valor. “Oferecemos 19 especialidades e o SUS paga somente seis”, relata.
Fernanda informa que o telemarketing está ajudando a cobrir as despesas e arrecada em torno de R$ 15 mil por mês. Porém, o valor ainda não é o suficiente. “Temos auxilio de clubes de serviço, que também ameniza um pouco das dívidas”, conta.
Segundo o diretor social da entidade, Marco Antônio Bidone, houve uma mudança na Lei Federal 13.019/2014, conhecida como “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”, que estabeleceu um conjunto de regras para a transferência de recursos financeiros entre a administração pública e as organizações da sociedade civil. A Lei foi efetivada pelo governo federal por meio do Decreto 8.726, de 27 de abril de 2016. “Com isso, as prefeituras não podem manter convênio e é necessário realizar uma licitação entre as entidades que prestam este tipo de serviço”, disse.
Bidone comenta que ainda não foi encontrada uma forma para que o governo municipal possa voltar a auxiliar a entidade. O convênio era de R$5 mil. O diretor frisa que a instituição está priorizando o pagamento da folha dos trabalhadores e com isso está ficando com a dívida dos encargos.
Obra inacabada
O diretor social foi um dos responsáveis pela retomada da obra do Centro de Referência da Criança e do Adolescente. A previsão era inaugurar no final do ano passado, mas faltaram recursos. Conforme Bidone ficaram faltando algumas luminárias e louças dos banheiros, além de grades de proteção e pintura. A obra foi orçada em R$ 340 mil e foram arrecadados cerca de R$ 310 mil.
A conclusão do centro era uma das metas de Bidone, que ficou a frente da entidade, desde em 2012, como presidente da comissão interventora.
A obra iniciou em 2006 e foi retomada em maio do ano passado com ajuda e doação da população, entidades e órgãos públicos. Com o novo prédio, a meta era aumentar em 30% o atendimento.