Cidade
Chuva intensa causa alagamento na zona sul da cidade
De acordo com a medição realizada pela Estação de Tratamento de Água (ETA), até às 9h de ontem, havia chovido 53,7 milímetros de água. Não foi o dia mais chuvoso do mês de maio, que já acumula 217 mm. Mesmo assim, ocasionou transtornos para os moradores da Vila Gaúcha.
Residindo na esquina do cruzamento entre as ruas do Acampamento e a Eduardo Contreiras Rodrigues, há 14 anos, João Cândido Meneses Ferraz, 65 anos, conta que já presenciou alagamentos no local. Porém nenhum havia avançado tanto como o da madrugada da última quinta-feira. Ele disse que já acordou em meio à água, com o barulho dos muros de casas vizinhas se partindo por causa da força da chuva.
Rapidamente, Ferraz desligou seus eletrodomésticos e os manteve suspensos, para evitar mais contato com a água. “O freezer e a geladeira estavam dentro d’água. Eu os coloquei em cima das caixas e ainda não os liguei. Não sei se queimaram. Estou esperando secar”.
Ele acredita que o motivo do alagamento é a existência de um córrego próximo, que durante chuva intensa, não tem vazão e acaba transbordando para dentro dos pátios das casas mais próximas e pelo meio da rua. Nesta noite, em especial, uma grande concentração de água se manteve próximo às caixas de drenagem pluvial, instaladas nas esquinas. “Como era muita água, o cano não deu conta e a água acabou descendo e entrando nas residências”, explica o morador.
Mais adiante, na rua Eduardo Contreiras Rodrigues, a casa de Argemira Tuerlinckx da Silva, 75 anos, também foi invadida pela água. A situação já é tão frequente no local que a idosa fez bloqueios definitivos nas portas, para evitar que o alagamento invada a residência. “A água bateu no meio da parede aqui na frente. Dentro de casa, não entrou tanto, porque colocamos uns sacos de areia para a água não entrar”, diz.
Na casa vizinha a de Argemira, o jardineiro José Eduardo e Silva Camargo, 43 anos, conseguiu evitar o alagamento em sua residência. Como a água já invadiu a casa mais de uma vez, ele instalou degraus nas portas de acesso. A garagem, entretanto, não ficou imune à força da água e ficou alagada. “O pátio virou uma piscina, tive que colocar os cachorros para dentro, porque o canil também encheu de água”, relata.
Camargo acredita que apenas a instalação de uma galeria no córrego próximo evitaria novos alagamentos, ainda mais durante o inverno, em que as chuvas fortes são frequentes. “Já comunicamos à prefeitura, os engenheiros já vieram aqui olhar, mas ainda não foi feito nada”, afirma.
O secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, Ronaldo Hoesel, estava nas ruas, inspecionando alguns pontos críticos e a reportagem não conseguiu contato com ele. Contudo, a informação que foi repassada pela chefia de gabinete da secretaria é que a situação já havia sido comunicada e está sob análise técnica.