Campo e Negócios
Federarroz pede medida urgente de alongamento dos custeios
O reescalonamento do custeio com vencimentos de julho e agosto para os meses de novembro e dezembro dos produtores de arroz foi o principal pleito apresentado ontem pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), durante reunião da Câmara de Crédito, Seguro e Comercialização, organizada pelo Ministério da Agricultura, em Brasília. O vice-presidente da entidade, Alexandre Velho, defendeu a medida junto aos representantes de governo e de instituições financeiras presentes no encontro.
O dirigente realizou aos presentes uma apresentação defendendo os motivos que levaram a esta pauta defendida pela Federarroz. Nos três últimos anos houve uma descapitalização importante dos produtores, especialmente dos que faturaram arroz no primeiro semestre. "Apresentamos um trabalho que mostra os custos do preço do arroz e a sazonalidade dos preços. Mostramos que os produtores que dependem do financiamento da indústria e dos fornecedores de insumos entregam seu produto em março e abril, meses em que nos últimos três anos o arroz está abaixo do custo de produção", salienta.
Velho aproveitou também para falar sobre a necessidade de uma medida urgente para os produtores que estão em situação de risco. Ele informa que os bancos presentes ao encontro pediram o material apresentado pela Federarroz e estão avaliando entre eles uma solução mais breve possível para que se consiga o alongamento dos custeios e uma forma de diminuir a pressão de venda do arroz. "Colocamos que estamos com um custo de R$ 44,00 e preços médios de R$ 40,21, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), e não teríamos como pagar os vencimentos com os patamares abaixo do custo de produção", observa.
A reunião da Câmara contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura, entre eles o secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller, além de representantes das instituições financiadoras da safra.