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Diretoria da UTE Ouro Negro está confiante no leilão de energia
A UTE Ouro Negro, que será construída no município de Pedras Altas, está praticamente pronta para participar do próximo leilão de energia nova A-5. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) já emitiu a Licença Prévia e a Agência Nacional de Águas (Ana) concedeu a outorga dos Recursos Hídricos. O próximo passo é aguardar a definição do governo federal, através do Ministério de Minas e Energia a definição da data para o leilão de energia.
De acordo com o presidente da Ouro Negro Energia, responsável pelo investimento termelétrica a carvão, Sílvio Marques Dias Neto, 80% da obra será financiada pelo Indico Financial Management & Services e 20% com capital próprio dos investidores. A estrutura de sócios está definida e em fase de conclusão da formalização. Entre os investidores, a empresa Chinesa Power China Sepco1 e o Fundo de Investimento em Participações (FIP) Ouro Negro.
De acordo com Marques, o sistema brasileiro de geração de energia acumula, em face da queda da atividade econômica dos últimos dois anos e meio, uma sobra de energia até o ano de 2020. Ele salienta que o cenário é muito favorável e as perspectivas são as melhores para o leilão. “Estamos convictos de que o governo marcará leilão de energia nova A-5 para o primeiro trimestre de 2018”, disse.
O presidente analisa que o aumento de geração de energia intermitente, principalmente com base eólica, mesmo sendo extremamente importante, depende dos ventos e não dá segurança ao sistema. Também argumenta que há uma baixa precipitação pluviométrica e a consequente queda do volume dos reservatórios diminuem a geração de energia das usinas hidroelétricas.
Para Marques, a geração de energia através de painéis fotovoltaicos é muito relevante como energia distribuída; aquela onde são instalados os painéis nos prédios, mas não garantem o abastecimento para o parque industrial. “O Brasil, para garantir o crescimento econômico, necessita de energia de base térmica, seja a carvão ou gás”, pondera.
Segundo o presidente o Rio Grande do Sul possui as maiores reservas de carvão do Brasil e importa 50% da energia que consome. Ele cita o caso do parque gerador da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), da Eletrobras, que tem as fases A e B desativadas por viabilidade técnica ambiental. “Ficará somente a Fase C em operação. Necessariamente, terá que ser substituído por usinas mais eficientes”, relata.
Marques frisa que a inserção da UTE Ouro Negro (600 MW), diminuirá em 10% a dependência do Estado, e permitirá uma valorização da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), como empresa fornecedora de carvão. A usina contribuirá com a geração de emprego e renda na sua região de abrangência. A empresa iria participar do leilão A-5, em 2015, mas ainda não tinha a licença previa emitida. Em 2016, não houve leilão para as termoelétricas.