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Com que “postura” eu vou? (Raquel Barreto Garcia)
Com que “postura” eu vou?
Raquel Barreto Garcia
Psicóloga/Consultora em Gestão de Pessoas.
(53) 99935-7260 raquelbarreto_gp@yahoo.com.br
Muitas são as preocupações a cerca do que vestir, como se apresentar, a roupa mais adequada, a melhor combinação. Mas um dos principais requisitos para a permanência das pessoas nas organizações surpreende, e muito, aos que já trabalham há algumas décadas, por acreditarem que tal assunto jamais ocuparia um lugar tão importante neste ranking, pois antigamente todos já vinham com o currículo “mínimo” de casa.
E quando se fala de permanência nas organizações, não só se trata de ambientes profissionais, mas de todas as organizações, grupos voluntários e clubes de serviço.
Este currículo “mínimo” se refere a questões que circulam pelo terreno da educação familiar e da formação, e vai até questões bem pontuais, como uso de ferramentas digitais, como o celular. O currículo técnico não deixa muitas preocupações, afinal, tudo pode ser desenvolvido, desde que haja vontade das duas partes, de quem ensina e de quem aprende.
Porém aqui a preocupação está justamente na postura e no comportamento, que pode ser entendido como a adequação do indivíduo ao grupo ao qual faz parte, onde necessariamente todos devem se adaptar à estrutura e não à organização, se adaptar a certas liberalidades e informalidades que estão criando corpo neste “novo modelo” de comportamento social.
Os fatos são evidentes e são verdadeiras manifestações de despreparo, como o uso indevido do telefone celular nos mais diversos ambientes, a vestimenta inapropriada ao local, a forma de sentar, falar e escrever, enfim, questões que devem ocupar um lugar maior nas discussões sociais, por tamanha importância.
Os ambientes coletivos não se restringem à busca pelos objetivos da organização, vão bem além e, consequentemente, os comprometidos transformam os objetivos coletivos em seus, mas questões realmente pessoais que estejam atrapalhando o convívio e o desenvolvimento do grupo são passíveis de desenvolvimento, porém somente quem quiser formalizar sua conduta e conter seus impulsos, pode acreditar que é uma questão de autovigilância para tudo se tornar possível.
Outras lacunas que estão incomodando nas relações e precisam ser trabalhadas, e que também caracterizam postura, porém foram banalizadas, são a pontualidade, assiduidade, cumprimento de prazos e retornos, questões óbvias, porém esquecidas.
Então, bem-vindos ao mundo de gente grande, onde jamais podem esquecer que o óbvio também precisa ser dito e não se pode acreditar, nem por um minuto, que todos trarão consigo a bagagem pessoal exata que combina com cada organização. Deve-se, ainda, ter consciência que hoje a organização está responsável por dar continuidade à formação dos indivíduos, devem ter um “código” de convivência, para que as relações permaneçam saudáveis e prazerosas.
O que está pegando, hoje, é o comportamento, que nada mais é do que a demonstração de todos os conceitos e valores internalizados durante todo o período que se pisa sobre esta terra, porque todos podem ser verdadeiros e espontâneos, desde que com uma boa dose de adequação.