Cidade
De braços abertos para o Fimp
Há oito anos, o Festival Internacional de Música no Pampa (Fimp) traz notas e acordes que retumbam pelas noites frias da Rainha da Fronteira. Na oitava edição, que inicia neste domingo, o evento movimenta estudantes e professores de música, que não são apenas recepcionados pelo público, nos espetáculos, como também acolhidos nos lares dos bajeenses. Este ano, 28 famílias da cidade se preparam para receber 45 bolsistas.
Os músicos vêm de todas as partes do País e muitos ainda enfrentam as dificuldades da vida de estudantes, com poucos recursos. Por isso, uma grande quantidade deles conta com a solidariedade dos bajeenses para se manter durante a semana do festival, oferecendo em troca a companhia e a possibilidade de levar parte do Fimp para dentro de casa através da hospedagem dos músicos.
A família Peruzzo é uma das que abrem as portas de sua casa desde a primeira edição que a hospedagem se fez necessária. A empresária Clori Peruzzo destaca que há cinco anos começou a receber os músicos e, que, desde então, é anfitriã anualmente, sendo que nos últimos dois anos os hóspedes foram os mesmos, dois violistas de Belo Horizonte. Nesta edição, tanto Danilo quanto Charleston, os hóspedes dos Peruzzo, retornam à casa da família.
Incentivo
Apreciadora de música clássica, Clori conta que decidiu abrir as portas de casa para os músicos a fim de dar apoio à realização do evento na cidade. “É um evento organizado pelo poder público, mas feito para a comunidade. Por isso é importante o envolvimento dos cidadãos e essa foi uma forma da nossa família ajudar no evento”, comenta.
Ela conta que o preparo inicia dias antes da chegada dos músicos à cidade, com a organização dos quartos que serão ocupados por eles. Em troca, recebem novas experiências e música ao vivo, oferecidas pelos hóspedes. “No ano passado, fizemos uma noite de pizzas e música ao vivo, com nossos amigos. Neste ano, os dois (Danilo e Charleston) já adiantaram que vamos repetir a noite”, brinca.
Vínculos
Os dois hóspedes e a família Peruzzo devem se reencontrar no domingo, a partir das 14h30min, quando as famílias anfitriãs começam a receber os músicos. “Conversamos pelo Facebook. Como mantemos contato, damos preferência por hospedar sempre eles, já que nos conhecemos bem”, comenta.
A relação com os músicos é fortalecida não apenas pelos momentos comuns em casa ou nas apresentações do festival, onde mostram o potencial que os fez viajar milhares de quilômetros. No dia a dia, também ganham atenção especial dos anfitriões. “Fazemos passeios, mostramos a cidade. Queremos que eles se sintam acolhidos e bem-vindos, já que fazem parte de um evento tão especial para a região”, afirma.
Noite de estreia
O primeiro concerto do Fimp acontece neste domingo, a partir das 20h, no complexo cultural do Museu Dom Diogo de Souza, trazendo novamente aos palcos nomes conhecidos dos bajeenses, como o pianista Ney Fialkow, o diretor artístico e maestro Jean Reis, Aldo Mata no violoncelo e Marcos Machado no contrabaixo, que reproduzem clássicos de Vivaldi e H. Villa-Lobos.