Editorial
De olho nas fronteiras
O Brasil tem, aproximadamente, 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres. Uma dimensão exige investimentos em infraestrutura. Em um cenário que abrange as divisas com 10 países, manter a segurança é um desafio constante. Principalmente em um contexto pontuado pela falta de participação social, conforme comprova apontamento do Tribunal de Contas da União (TCU). A capacidade de organização das agências que atuam no combate aos crimes transfronteiriços, uma demanda que afeta a região, é fundamental neste processo.
Em 2015, o TCU recomendou medidas para aprimorar a prevenção aos delitos, com destaque para a indicação de que é necessário definir o alcance da função da polícia de fronteira. A delimitação é crucial, aliás, também para a gestão, porque viabiliza o desenvolvimento de propostas de quantificação dos efetivos de pessoal e dos recursos materiais. A resposta à demanda depende, porém, de um arranjo de fatos, envolvendo questões políticas e institucionais.
Cerca de 10 milhões de brasileiros vivem na faixa de fronteira. O que ocorre neste território, porém, afeta as vidas de todos. A presença do Exército, especialmente na região, é fundamental para a defesa. Ocorre que a corporação precisa ser valorizada neste debate. Os posicionamentos do TCU, reforçados na semana passada, durante reunião, em Brasília, aponta neste sentido. Nenhuma solução pode ser construída sem a participação efetiva das forças armadas.