Fogo Cruzado
Governo prorroga consulta pública do plano que prevê modernização de usinas
O Ministério de Minas e Energia prorrogou, até o dia 18 de agosto, o prazo para o recebimento de contribuições no âmbito da consulta pública do Plano Decenal de Expansão de Energia 2026. O planejamento é crucial para a região, porque pode contemplar a modernização das termelétricas a carvão.
Em nota, a pasta informou que a prorrogação tem como objetivo disponibilizar mais tempo à sociedade para a análise do documento e submissão das contribuições, tendo em vista as inovações metodológicas propostas no ciclo de planejamento. Em relação ao carvão mineral, o aproveitamento para novas plantas esbarra nas dificuldades ambientais e na falta de financiamentos. O governo considera, porém, a revitalização de unidades.
O ministério considera a possibilidade de que novas usinas a carvão possam vir a fazer parte da expansão do sistema, dentro do horizonte decenal, na hipótese de substituição das unidades existentes. “Novas tecnologias para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa estão sendo buscadas, a exemplo dos estudos relacionados à captura e armazenamento de carbono, o que pode facilitar o desenvolvimento dessas plantas”, pontua o estudo.
O planejamento estima que a substituição das termelétricas a carvão, com baixa eficiência, por usinas mais modernas permitiria um aumento de, aproximadamente, 340 megawatts (MW), o que resultaria em uma potência instalada total da ordem de 1.735 MW, mantendo os mesmos montantes de emissão das usinas disponíveis atualmente. “Esse aumento de eficiência poderia ser obtido a partir da implantação de turbinas a vapor supercríticas com caldeiras a leito fluidizado”, avalia o estudo.
As usinas de Charqueadas, São Jerônimo, Jorge Lacerda e as Fases A e B da usina Presidente Médici, administrada pela Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), em Candiota, integram a relação de unidades que podem ser beneficiadas com a aprovação da medida. O PDE 2026, entretanto, não encerra o debate. Restará ao setor definir, junto ao governo, o formato de financiamento do processo de revitalização. A gaseificação do carvão, prevista no planejamento, também pode beneficiar Candiota.