Editorial
Conquista coletiva
O resultado da Consulta Popular, processo que permite aos eleitores definir diretamente parte dos investimentos que constarão no orçamento do Estado, não poderia ser melhor. Com um aumento de mais de 74% na participação, a votação mobilizou mais de 705,8 mil gaúchos – o maior volume desde que se tornou totalmente eletrônica. Não resta dúvida de que a sistemática contribuiu.
O processo começou, tecnicamente, em maio, quando, em assembleias organizadas nos municípios, foram definidos os programas que constariam na cédula de cada uma das 28 regiões do Rio Grande do Sul. Na fase decisiva, composta pela Consulta Popular, propriamente dita, 507.767 eleitores votaram pelo site, 196.460 pelo aplicativo oficial e 1.608 por SMS.
Ontem, durante a apresentação dos números ao governador José Ivo Sartori, o secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo, destacou o papel dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) na articulação do processo. As ferramentas ajudam na transparência, o que, de alguma forma, também pode influenciar na participação. Nada, porém, substituiu a boa e velha mobilização. E, neste ponto, Búrigo está correto.
A Consulta vai completar 20 anos, com a perspectiva de investir R$ 60 milhões, divididos de acordo com critérios específicos, levando em conta a população de cada região e o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese). Embora os critérios não estejam na pauta, podemos classificar a adesão como uma espécie de aprovação do formato. Falamos, portanto, de uma conquista coletiva, que só deve ser celebrada.