Editorial
Em defesa do carvão
A mobilização iniciada, ontem, pela valorização do carvão de Candiota, não deve parar. Esta, pelo menos, é a concepção das lideranças que articulam a inclusão da cidade no planejamento do Estado. Com as maiores reservas do Brasil, o município tem autoridade para sentar à mesa das discussões. Se existe uma chance para o desenvolvimento de novos mercados, além da geração de energia elétrica, a cidade não pode ficar de fora.
O momento é positivo para o setor. Na semana passada, o Ministério de Minas e Energia incluiu as termelétricas a carvão nos leilões de energia nova, que devem ocorrer em dezembro deste ano. Na região, duas usinas podem concorrer no certame, ambas diretamente ligadas a Candiota. Para os outros municípios da região, os empreendimentos representam empregos. E é isso que justifica a mobilização.
O debate, ontem, em Porto Alegre, focou no potencial do uso do carvão local a partir da gaseificação. Como encaminhamento, a comitiva, que reuniu mais de 30 representações regionais, obteve do governo estadual um posicionamento prévio. Em nota oficial, o Palácio Piratini definiu a pauta da agenda como ‘a possibilidade de investimento em um polo carboquímico no Rio Grande do Sul’. Este tratamento representa o primeiro passo.
A Campanha gaúcha se sentia excluída do processo, que, inicialmente, mencionava apenas a região do baixo Jacuí. A inclusão, comemorada pelo prefeito Adriano Castro dos Santos, do PT, não representa mais do que uma medida justa, por parte do governo do Estado. O apelo pela continuidade da mobilização ganha força no sentido de fazer cumprir a nova postura. É por isso que a articulação deve continuar.