ELLAS
Plissado Fortuny (por Janine Pinto)
Plissado Fortuny
(por Janine Pinto)
Mariano Fortuny nasceu em 1871, na Espanha, e se tornou um famoso estilista na virada do século XIX para o XX. Fortuny desenvolveu seu interesse por figurino para teatro e criou seu mais celebrado look, o Delphos, um vestido de inspiração grega, em seda plissada, que vinha enrolado e guardado em uma caixa de chapéu.
O Delphos é disputadíssimo por colecionadores e museus até hoje. Seu finíssimo plissado é um verdadeiro mistério, pois existem vestidos de mais de 40 anos em que o plissado continua marcado e crispado como se fosse novo! Isadora Duncan, a famosa bailarina, viajou para Veneza somente para comprar o seu vestido plissado.Isadora Duncan Sarah Bernhardt também era cliente. Orson Welles encomendou três vestidos para a turnê de Otelo e Proust escreveu sobre eles. A leveza dos plissados, que tiveram popularidade nos anos 20, encontra eco nos modelos de estilistas como Issey Miyake, fã declarado de Fortuny. O plissado é o responsável pelo movimento romântico das roupas mostradas nas passarelas das coleções Resort 2018. Sensual, delicado, feminino, romântico e retrô.
O plissado invade passarelas, vitrines e as ruas. Deixou de ser exclusivo dos tecidos fluidos como as sedas, organzas e chiffons para fazer "dobraduras" em malhas, algodão e couro. A textura de preguinhas largas ou bem unidas não está mais restrita a vestidos de festa e cria, a partir de saias de comprimentos múltiplos, looks urbanos cheios de sofisticação.
Quem poderia imaginar o plissado saindo do armário com a camiseta mais básica? E com acessórios de um estilo mais despojado ou com jaquetas jeans e de couro? Leve e flutuante, o plissé aceita um mix de possibilidades e estilos, quebrando rótulos e tabus no jeito de vestir e se adequar à moda democrática.