Campo e Negócios
Zoneamento Agrícola de Risco Climático em debate na Associação Rural
Na segunda-feira, integrantes da diretoria da Associação e Sindicato Rural de Bagé estiveram reunidos com o deputado federal Afonso Hamm, na Câmara de Vereadores de Bagé. Na oportunidade, foi entregue ao parlamentar um ofício pontuando a inconformidade dos produtores para com a Portaria N° 18 de 20 de julho de 2017, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que trata sobre o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da soja no Rio Grande do Sul.
De acordo com o documento, as tabelas publicadas pela portaria com os períodos de semeadura, grupo de maturidade relativa e tipos de solo não condizem com a realidade da região, uma vez que as datas de plantio foram alteradas. Conforme o ponto de vista dos produtores, as orientações não apenas conflitam com recomendações técnicas de dezenas de instituições e/ou entidades vinculadas ao tema, como, também, são absolutamente distintas das preconizadas pelas portarias ministeriais de anos anteriores. “As recomendações observadas na atual portaria incluem períodos que não possuem temperaturas adequadas para a semeadura em nossa região, tanto que não temos relatos de semeadura em períodos como de setembro nas últimas safras”, explica o presidente da entidade ruralista, Rodrigo Moglia.
A principal preocupação dos produtores é com relação ao acesso ao crédito rural e ao seguro agrícola, pois muitos agentes financeiros condicionam a concessão de crédito à observância aos indicativos do Zarc. “Com isso, corremos sérios riscos, que podem extrapolar os limites de imóveis rurais, afetando toda a economia local, já que o setor do agronegócio representa mais de 80% do PIB em alguns municípios da região”, afirma Moglia.
Além dos dirigentes da Associação e Sindicato Rural, também participaram da reunião com o deputado Afonso Hamm, os representantes da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito.