Editorial
Não pode faltar crédito
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) aumentou em 3,4% a concessão de crédito na safra 2016/2017. De acordo com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, o volume representa R$ 22,7 bilhões. Um resultado expressivo para um contexto de crise, marcado pelos cortes no orçamento da União. O governo federal acerta quando amplia a oferta de crédito. O setor é estratégico para a economia. E as estatísticas comprovam que o retorno é garantido.
O Pronaf financia projetos a juros de 2,5% a 5,5% ao ano, para a produção de alimentos da cesta básica. O agricultor familiar só pode aderir se tiver renda bruta anual de até R$ 360 mil. Em 22 anos, o valor total das operações atingiu R$ 200 bilhões. Neste mesmo período, os contratos registraram inadimplência de aproximadamente 1%, volume que pode ser considerado muito baixo, em um universo de quatro milhões de estabelecimentos, que, juntos, respondem por 38% do Produto Interno Bruto Agropecuário.
Os números da agricultura familiar, aliás, impressionam. Responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, com destaque para produtos como mandioca, feijão, milho e café, o setor movimenta, por ano, mais de R$ 54 bilhões. Além de aquecer as economias locais, especialmente na região da Campanha gaúcha, o desenvolvimento deste modelo de produção ajuda, inclusive, a manter a inflação. O que não pode, portanto, é faltar crédito.