Segurança
Casal de jovens é preso por aborto e ocultação de cadáver
Lidiane Valin Stum, 19 anos, e o namorado, Arthur Siqueira, 18 anos, foram presos, ontem, acusados por abordo e ocultação de cadáver. A jovem, que é natural do município de Segredo, é acusada pelo aborto de um feto de quatro meses, que foi enterrado na Estrada de Higienópolis, atrás do Conjunto Habitacional Ney Azambuja (Cohab).
Conforme o registro da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), a Brigada Militar estava realizando buscas na Cohab, por volta das 11h de ontem, pois havia ocorrido um assalto em um supermercado próximo ao local. Os policiais abordaram o jovem, que é natural de Teutônia, para pedir informações sobre o roubo.
Na sequência, os agentes foram interpelados por uma testemunha, que informou ter visto um homem enterrando uma sacola em um campo próximo à Estrada de Higienópolis. A descrição batia com o jovem que havia sido interpelado pelos policiais.
Ao chegar no local indicado, segundo o registro, os brigadianos desenterraram a sacola e encontraram o feto. Durante a tarde, em patrulhamento no centro, próximo ao Banrisul, na rua Salgado Filho, os policiais encontraram Siqueira e Lidiane. Ao serem abordados, eles confessaram que eram os pais. A jovem informou que havia abortado espontaneamente.
Depoimentos
A acusada, presa por aborto, relatou, em depoimento, que se mudou para Bagé no ano passado, para estudar. Disse que sempre teve problemas hormonais, estando há quatro meses com a menstruação em atraso.
Ela contou que fez um exame de farmácia e informou o resultado para o namorado. Eles, então, decidiram contar, posteriormente, para a família. No domingo, conforme relatado no depoimento, a jovem teria sentido uma dor abdominal e depois passou a vomitar e a sentir mais dores.
A acusada afirma que tomou um remédio e a dor passou. O aborto espontâneo, segundo ela, teria ocorrido na madrugada de segunda-feira. O casal ficou com o feto em casa até ontem, quando resolveram enterrá-lo. A jovem não soube dizer se era menino ou menina, afirmando, apenas, que tinha certeza que o feto nasceu sem vida.
Siqueira confirmou a informação em seu depoimento e ainda relatou que ficaram muito assustados e resolveram não contar para ninguém.
Pena
Os jovens foram presos pelo crime de aborto e ocultação de cadáver, previstos nos artigos 124, 126 e 211 do Código Penal. A pena mínima é de um ano e a máxima de quatro anos de reclusão.