Editorial
Na contramão do processo
Contrariando uma tendência nacional, a população dos municípios da região cresceu entre 2016 e 2017. De acordo com estimativa divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1.378 cidades apresentam redução populacional. Em pelo menos 53,6% as taxas de crescimento foram inferiores a 1%. Os dados alertam, ainda, para uma desconfortável disposição para concentração em grandes centros, movimento que só pode ser revertido através de políticas públicas que estimulem diferentes setores. A solução é complexa.
Mais de 56,5% da população brasileira vive em 310 municípios que têm mais de 100 mil habitantes, a exemplo de Bagé. As 42 cidades com mais de 500 mil habitantes concentram 30,2% da população do país, algo em torno de 62,6 milhões de habitantes. A pesquisa do IBGE aponta, por outro lado, que 68,3% dos municípios brasileiros possuem até 20 mil habitantes, a exemplo de Aceguá, Candiota e Hulha Negra. Este contingente, entretanto, abriga apenas 15,5% da população.
O crescimento populacional é crucial para a gestão. As estimativas oficiais do IBGE servem de parâmetro para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Quanto maior a população, maior é o valor repassado pela União. Diferentes fatores podem contribuir para o fenômeno da concentração, em grandes metrópoles. A oferta de emprego, as condições de educação, saúde e infraestrutura integram esta lista. Ocorre que, a partir da lógica estabelecida, as cidades vivem um clima de competição, sem, porém, dispor de condições iguais. Tudo passa pelo desenvolvimento econômico.