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Energia solar ganha espaço na região como alternativa para diminuir custos
Um programa desenvolvido pela Emater/Ascar em parceria com o Instituto Auster - Engenharia, Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino está realizando projetos para a implantação de sistemas de energia solar em propriedades rurais de Bagé e região. A iniciativa conta com a adesão de um produtor de leite de Aceguá.
De acordo com engenheiro agrônomo e assistente técnico da regional da Emater, em Bagé, Jorge Torres, a empresa está incentivando a utilização da energia renovável para diminuir os custos de produção, já que o gasto com eletricidade é um dos itens que mais pesa para produtores rurais.
Torres explica que os projetos são voltados para produtores de leite, que necessitam de energia para o resfriamento e manutenção do produto, além da implantação de cercas elétricas, abastecimento de água e também irrigação.
O engenheiro ressalta que existem dois tipos de sistema. A versão autônoma, que independe da rede elétrica convencional, utiliza baterias para o armazenamento da energia gerada pela luz do sol. Esse modelo pode ser utilizado para bombear água ou alimentar sistema de resfriamento de leite durante as quedas de energia. Já o sistema conectado é ligado à rede elétrica.
Nesse caso, é realizada a troca do relógio de leitura convencional e gerado um relatório da energia que entra e sai da rede elétrica da propriedade. Essa forma possibilita que a energia elétrica necessária para as demandas seja gerada pelas placas de captação e a energia produzida além desta demanda seja injetada na rede elétrica convencional e transformada em crédito para ser utilizada em até três anos.
O técnico conta que os produtores ainda estão um pouco resistentes devido ao custo. Porém, ele explica que, dependendo do sistema, é possível implantar placas individuais que podem ser adquiridas por R$ 1,5 mil. “Podem realizar projetos em conjunto e compensar a energia em vários pontos, inclusive na cidade”, salienta.
Torres ressalta que a Emater acompanha este tipo de sistema há quatro anos. Ele revela que produtores implantaram placas de energia solar em um silo de secagem no Litoral Sul e tiveram a redução da conta de luz de R$ 5 mil para o valor mínimo de R$ 70.
De acordo com o engenheiro elétrico que atua no Instituto Auster, Rodrigo Dorado, é possível projetar sistemas isolados para fins específicos, como cercas elétricas, chuveiros e iluminação, ou ainda utilizar o sistema de compensação. Neste ultimo caso, podem ser realizados e implantados projetos de até R$ 12 mil, já com a instalação.
Dorado informa que o projeto de Aceguá, em fase de implantação, contará com seis painéis e servirá para diminuir os custos de um tambo. A iniciativa se deu através de financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Linhas de crédito
De acordo com o Torres, as linhas de crédito disponíveis para produtores do Pronaf podem ser acessadas com juros de 2,5% ao ano, com valor de até R$ 165 mil. Já para os produtores da linha de crédito agricultura empresarial Inovagro, o juro anual é de R$ 6,5%. Nesse caso, os projetos podem ser individuais, com valores de R$ 1,1 milhão, ou coletivos, totalizando até R$ 3,3 milhões. Ambos os programas oferecem 10 anos para pagar e três anos de carência.
O governo do Estado também estimula o uso de energia solar através da isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), de financiamentos do Badesul e recursos repassados pela Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo.