Editorial
O desafio da existência
Um dos patrimônios mais valiosos para uma nação é seu contingente de jovens. É do vigor da juventude que se pode aspirar oportunidades diferentes, energia para mudanças, ousadia para enxergar o que nunca foi visto, desde que esteja bem preparada para enfrentar o desafio da existência. E reside aqui, exatamente, um dos maiores problemas enfrentados atualmente pela sociedade moderna.
A noção de finitude e a angústia da solidão que tanto já preocuparam adultos, agora atingem um número cada vez maior de adolescentes e jovens. O tema da depressão na vida moderna, a principal causa para a elevação nos índices de suicídio no Brasil, já é destaque desde 2014 quando apresentou sua primeira programação da campanha denominada Setembro Amarelo no Distrito Federal. Já em 2015, a iniciativa ganhou apoio institucional e de organizações por todo o País. A ideia principal da atividade é retirar o manto de silêncio que torna o tema do suicídio um tabu nos mais diferentes meios de convívio social, o que implica a mídia, escolas e sistema de saúde.
Respostas concretas e soluções são sempre um grande desafio para um tipo de mal que ataca as pessoas de uma maneira tão subjetiva. Em Bagé, começa amanhã uma programação que pretende levar a discussão e o aprendizado sobre o suicídio a diversas unidades de saúde e instituições. Por isso, o que mais importa para o Setembro Amarelo é trazer o debate para a agenda diária com responsabilidade e esperança. Responsabilidade porque é preciso entender que as motivações possuem uma complexidade extrema e reúnem sintomas provenientes dos mais variados estímulos sociais, esperança porque é na vida que se busca amparar a solução para os mais diversos problemas do dia a dia.