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Depressão na adolescência

Publicada em 18/09/2017
Depressão na adolescência | Minuano Saúde | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Experiências vividas no ambiente familiar durante desenvolvimento infantil, somadas a questões ligadas à hereditariedade, vão determinar, desde já, a maior ou menor vulnerabilidade na condição de saúde mental

A depressão é encarada, por muitos autores e estudiosos da psicologia e da psiquiatria, como a doença do século. É uma das doenças psíquicas que mais cresce na sociedade brasileira.
Segundo estudos feitos pela Universidade de São Paulo, um terço da população brasileira (em sua grande maioria jovem) está condenada a esse transtorno mental, que pode ocasionar do desencanto da vida até a incapacitação do indivíduo nas ações simples do cotidiano, levando, muitas vezes, ao suicídio. No Brasil, 5,8% da população sofre com o problema. Conforme os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, com 5,9%.
Ainda de acordo com dados da OMS, o Brasil aparece em 11º lugar no ranking de países com maior número absoluto de casos de suicídio. A cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida: são 25 brasileiros que se suicidam por dia. O dado é mais preocupante quando se identifica que o suicídio é a segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, de acordo com a Organização Não Governamental (ONG) Centro de Valorização da Vida, que monitora e estuda os casos no País.
A depressão é uma doença comum em todo o mundo. Ela é diferente das flutuações regulares de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e muito intensa, a depressão pode levar a um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar, podendo levar ao suicídio.
Nesta edição, a psicóloga Suzana Curi Jorge irá explicar o que é a doença do século, como tratar, como prevenir e sintomas nos adolescentes.

Sintomas e tratamentos
O sentimento de depressão na adolescência é comum, até mesmo por uma questão hormonal própria desta faixa etária, conta a especialista Suzana. “As mudanças físicas e fisiológicas que ocorrem nos jovens, neste momento, também são fonte de tristeza e podem abalar, de forma significativa, a autoestima de meninos e meninas que, até bem pouco tempo, pouca atenção davam à aparência”, explica.
A profissional destaca que as redes sociais, com as exigências de felicidade constante, exigindo das pessoas em geral um eterno estado de alegria, harmonia familiar, lazer invejável e busca da perfeição, atingem muito especialmente o adolescente, gerando sentimentos de estranhamento, inadequação e impotência, uma vez que esta vida “paradisíaca” não condiz em nada com o que, efetivamente, está se passando com ele. “Esta cobrança passa a ser introjetada pelo adolescente, que, neste momento, busca desesperadamente definir sua identidade. A incoerência vivida, então, a partir desta situação, gera angústia, insegurança, confusão e sentimentos profundos de menos-valia, que, frequentemente, acabam se expressando através de um comportamento oposto, de onipotência e ostensividade”, conta.
Assim, por traz desta aparente arrogância e prepotência, na realidade, comumente, existe uma criança crescendo cheia de medos, dúvidas, e questionamentos incompreendidos e, consequentemente, não atendidos, completou a profissional.
Suzana salienta que, nas meninas, a exigência da beleza e do corpo perfeito tem sido apontada pelos estudiosos como causa importante da depressão juvenil. “A mídia, atendendo a sedução do lucro do consumismo desenfreado das empresas fabricantes dos produtos ligados à cultura da beleza, além de impor uma fantasia de felicidade com a promessa de uma vida de sucesso e poder, exerce uma pressão irresistível a quem se encontra perdido e insatisfeito na procura de soluções rápidas e mágicas para suas carências e inseguranças”, relata.

Bullying
Outro fator que pode causar depressão na adolescência pode estar relacionado ao bullying ou ao cyberbullying, que, embora bastante falados, divulgados e estudados, ainda têm causado graves problemas emocionais nos jovens, garante a psicóloga. “Esse fenômeno, afetando diretamente a autoestima, ainda instável na maioria dos adolescentes, tem atingido índices preocupantes, sendo, para muitos estudiosos do tema, já considerado um problema de saúde pública”, declara.
A psicóloga enfatiza que é importante discutir o suicídio, sim, mas é, também, extremamente importante trabalharmos nossas crianças e adolescentes contra o preconceito (qualquer tipo de preconceito). “Quando o preconceito ocorre, e muitos deles não têm a quem recorrer, as crianças e adolescentes se sentem sem caminho, e o único caminho, que muitas vezes encontram é a morte. Pais e mães de crianças e adolescentes devem estar sempre atentos às mudanças de comportamentos de seus filhos, quer seja em casa, quer seja na escola, através das queixas trazidas pelos professores”, salienta.

Atenção aos seguintes sinais:

- Estados de humor irritável ou depressivo duradouro e/ou excessivo;
- Períodos prolongados de isolamento ou hostilidade com familiares e amigos;
- Afastamento da escola ou a queda importante no rendimento escolar e o afastamento de atividades grupais;
- Comportamentos de abuso de substâncias (álcool e drogas), violência física, atividade sexual imprudente, automutilação e fugas de casa.


Muitos adolescentes se queixam, comumente, de sentimentos de vazio, tédio, solidão, abandono, não ser amado, ser incompreendido ou rejeitado, relata Suzana. “Queixam-se de brigas ou problemas dos pais, não se sentem escutados ou respeitados e sentem-se invadidos na sua intimidade. Desta forma, resultam daí atitudes de tristeza mais duradora, isolamento e tendência ao suicídio”, conta.

A identificação da depressão se dá a partir de sinais ou sintomas, às vezes difíceis de perceber, complementa a especialista. “Os sintomas da depressão são muitos e vão desde um humor mais deprimido até um cansaço sem nenhuma causa aparente. As pessoas que possuem o transtorno depressivo podem se mostrar irritadas com mais facilidade, ter excesso ou perda de sono e peso, sentir ansiedade e angústia, deixar de fazer atividades até então prazerosas, ter sentimentos de medo, insegurança, sensação de vazio e de falta de perspectivas. Para se constituir em transtorno, é importante ressaltar que estes sintomas devem estar presentes por um tempo relativamente duradouro na vida da pessoa”, esclarece.
Como indicativos de depressão também podem haver, muitas vezes, dores e sintomas físicos, como dor de barriga, azia, diarreia, tensão na nuca ou nos ombros, dor de cabeça e pressão no peito, que não são justificados por problemas médicos específicos, complementa.



Personalidade: bases na infância

Sabe-se que a personalidade do indivíduo estabelece suas bases na infância e, sendo assim, a depressão no adolescente não é um problema da adolescência, informa a psicoterapeuta. “As experiências vividas no ambiente familiar durante o desenvolvimento infantil, somadas a questões ligadas à hereditariedade, vão determinar, desde já, a maior ou menor vulnerabilidade na condição de saúde mental”, explica.
A adolescência é uma fase complexa e instável, e, para alguns pais, muito preocupante e geradora de angústia. Os filhos adolescentes despertam nos pais, sentimentos, muito frequentemente, não conscientes, relativos a suas próprias vivências como jovens que foram, e isso interfere intensamente nas relações que estes estabelecem com os filhos, levando, se não a repetições das suas experiências, a atitudes autoritárias e até de desvalorização, com pouca atenção genuína às necessidades dos filhos, quer expressas em palavras, quer através do comportamento, relata.

Prevenção
Embora existam tratamentos eficazes conhecidos para depressão, menos da metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe tratamento.
Os obstáculos incluem falta de recursos e de profissionais capacitados e o estigma social associado aos transtornos mentais. Outra barreira ao atendimento eficaz é a avaliação imprecisa, salienta a psicóloga. “Em países de todos os níveis de renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas corretamente e outras que não têm o transtorno são diagnosticadas de forma inadequada”, enfatiza.
Entre as estratégias comunitárias eficazes para prevenir essa condição, estão os programas escolares que promovem um modelo de pensamento positivo entre crianças e adolescentes, elucida a psicóloga. “Intervenções direcionadas aos pais de crianças com problemas comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos dos pais e melhorar os resultados dos filhos”, garante.
Suzana comenta que os fatores de risco citados mostram a necessidade de desenvolvimento de estratégias de intervenção através de programas de promoção de saúde ou educação para a saúde voltados aos adolescentes. “Espaços de escuta, reflexão e debates sobre temas relacionados ao momento de vida e processos vividos internamente, assim como sobre matérias relativas a acontecimentos que, por seu impacto social estão presentes na mídia, são medidas importantes de trabalho preventivo junto aos jovens. A escola constitui-se no lugar intransferível, embora não exclusivo. Para tal, oferece, assim, alternativas de proteção aos riscos de prolongamento da tristeza, isolamento e suicídio”, orienta.
Para prevenir a doença, torna-se, também, necessário que o poder público contrate profissionais capacitados, como psiquiatras e psicoterapeutas, para acompanhar os jovens depressivos, conforme argumenta a profissional. “Assim, é esperado que os dados e estatísticas apontem para uma queda na depressão no Brasil.
Profissionais de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos, como psicoterapia com ou sem o simultâneo uso de medicação antidepressiva. Entre os diferentes tratamentos psicológicos a serem considerados estão os individuais ou em grupo, realizados por profissionais psicólogos ou psiquiatras. Os tratamentos psicossociais também são efetivos para depressão leve. Os antidepressivos, entretanto, não são a primeira linha de tratamento para adolescentes. É preciso utilizá-los com cautela”, alerta.

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