Cidade
Ativistas LGBTT realizam protesto contra “cura gay”
Bandeiras, faixas e cartazes tomaram conta da concha acústica da Praça de Esportes com o protesto realizado pela comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, (LGBTT) de Bagé e simpatizantes da causa. O evento, realizado na tarde de ontem, denominado “Bagé diz não à cura gay” contou com uma roda de conversa com o psicólogo Régis Brito e a advogada Bruna Valério.
O grupo de ativistas discutiu a decisão liminar do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, que proíbe o Conselho Federal de Psicologia de impedir, censurar ou exigir licença prévia para que psicólogos promovam estudos de reorientação sexual ou atendimento profissional nesse sentido, de forma reservada.
De acordo com uma das organizadoras do evento, a jornalista Ana Paula Ribeiro, a comunidade LGBTT de Bagé entende que as pessoas necessitam debater sobre o tema. Ela salienta que a proposta surgiu a partir de um pensamento cristão fundamentalista que trata a orientação sexual como patologia. “Não há como promover uma reorientação sexual e curar o que não é doença”, disse.
A advogada Bruna Valério informou que até 1990 a orientação sexual era tratada como doença, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) tirou da lista de patologias mediante a publicação de uma resolução sobre o tema. Bruna ressalta que a liminar atende à ação impetrada por um grupo de psicólogos que pedia a derrubada total da resolução, em que o conselho veta esse tipo de tratamento, conhecido como ‘cura gay’. Conforme Brito, as pessoas podem receber terapia a qualquer momento e quando desejarem, mas não de reversão sexual.