Cidade
Prefeituras preparam leis para receber recursos do ISS
Para receber os recursos do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) incidente nas operações de administração de cartões de crédito, leasing e planos de saúde, a partir de 1º de janeiro de 2018, os municípios devem aprovar a atualização de leis tributárias até o dia 2 de outubro. Na região, a única cidade com a legislação em vigor é Aceguá.
A principal mudança na reforma do ISS, aprovada pelo Congresso Nacional, está relacionada à cobrança do tributo onde a operação ocorreu, em casos específicos, como cartão de crédito ou débito. Na prática, isso significa que as operações podem ser tributadas pela cidade onde são feitas ou segundo o domicílio do tomador da operação, e não no município sede da administradora do cartão ou da empresa financeira.
A estimativa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) é que as quatro cidades da região devem receber, juntas, mais de R$ 2,9 milhões. Pela projeção da representação municipalista, Bagé deve receber R$ 2.578.885,38, Candiota cerca de R$ 153 mil, Hulha Negra pouco mais de R$ 45,8 mil e Aceguá R$ 125,4 mil.
Estágio avançado
O secretário de Administração e Fazenda de Aceguá, Vitor Plentz, destaca que o município já aprovou a legislação e está trabalhando na fiscalização juntamente aos bancos. Plentz salienta que não tem estimativa de quanto será arrecadado, mas discorda dos números apresentados pela CNM. “Temos muito trabalho na fiscalização e não acreditamos em todo este retorno”, disse.
Planejamento
Em Candiota, de acordo com o prefeito Adriano Castro dos Santos, do PT, ainda não foi concluída a atualização. O mesmo acontece com Hulha Negra, conforme o prefeito Renato Machado, do PP. Em Bagé, segundo o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Economia, Finanças e Recursos, Cristiano Ferraz, a pasta já encaminhou as adequações da lei municipal 4.068/2003, para a elaboração do projeto e encaminhamento posterior ao Legislativo.
Incremento
Por ser um importante incremento nas finanças das prefeituras, a CNM emitiu um alerta aos gestores, para que enviem a proposta de lei às Câmaras de Vereadores o quanto antes, e que solicitem agilidade em sua aprovação. A entidade lembra que foram mais de cinco anos de luta para garantir a descentralização dos recursos.
A mudança na redação da lei representa uma conquista de mais de R$ 6 bilhões a serem partilhados entre governos locais. No entanto, a verba será repassada aos cofres municipais 90 dias após da sanção da lei de atualização do código tributário pelo chefe do Executivo municipal. Assim, quem finalizar o processo de aprovação após o dia 2 de outubro receberá os recursos depois da chamada noventena.
Auxílio
Para auxiliar os gestores, a confederação publicou nota técnica com detalhes sobre o processo. Dentre outros aspectos, o documento alerta que a adequação da lei não será apenas para recepcionar as novas atividades e as novas regras de local de recolhimento do imposto, mas também para se adequar a uma mudança importante que trata da alíquota mínima de 2%.