Editorial
Na dependência de um esforço global
A infraestrutura tem um rival no campo dos desafios impostos aos países pobres. Essas economias, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), serão incapazes de fazer frente, sozinhos, aos efeitos do aquecimento global, ao longo do próximo século. A estimativa, de acordo com informações adiantadas pela agência EFE, é de que Produto Interno Bruto (PIB) per capita de nações nessas condições de desenvolvimento, devem encolher em até 10%. Uma ironia cruel, tendo em vista que a solução passa por decisões que escapam ao controle dos povos.
As projeções se baseiam em cenários classificados como "conservadores", que consideram a possibilidade de aumento de um grau centígrado na temperatura dos países. O reflexo do processo será sentido na produção de alimentos; também deve causar a redução de investimentos e danos à saúde. O relatório completo será apresentado pelo FMI, durante Assembleia Anual, em Washington, nos Estados Unidos, entre 10 e 15 de outubro. A expectativa é de que também seja iniciada uma mobilização internacional.
As economias avançadas e emergentes, conforme observa o próprio FMI, no mesmo documento, "são as que contribuíram em grande medida para o aquecimento global e devem continuar nesse caminho". O próprio Fundo, após fomentar parte deste processo, também reconhece que "ajudar os países de baixos investimentos a encarar suas consequências é um imperativo humanitário e uma sensata política econômica global". O que se espera, agora, é uma definição do papel de cada agente nesse esforço.