Cidade
Estado coloca à venda 49% das ações ordinárias do Banrisul
O governo estadual anunciou, ontem, a decisão de ampliar para 49% a quantidade para venda das ações ordinárias (com direito a voto) do Banrisul. Desta forma, o Estado continuará com o controle de 51% das ações, o que garante a permanência do domínio público sobre o banco. Também serão vendidos os 7% das ações sem poder de voto, que ainda estão em poder da instituição.
A declaração foi feita durante a manhã, pelo governador José Ivo Sartori, no Palácio Piratini, e publicada seguindo as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Sartori declarou que o processo envolve cerca de 128 milhões de unidades acionárias, sendo 28,8 milhões de ações preferenciais e 99,2 milhões de ações ordinárias.
De acordo com o governador, a oferta pública está sendo feita pela atual alta na unidade das ações do Banrisul, que chegaram à faixa de R$ 17. No ano passado, no auge da crise econômica, a unidade estava a R$ 5. Sartori afirma que o retorno financeiro desta operação será investido em áreas como saúde, segurança e educação, e no pagamento da folha salarial.
No entanto, o governador declara que a decisão não resolve os problemas do Estado, pois seus resultados financeiros ainda não podem ser estimados. “Mesmo se tiver sucesso, ainda dependeremos da adesão ao Plano de Recuperação Fiscal dos Estados para superarmos a crise”, salienta.
Em entrevista ao Jornal MINUANO, o presidente da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Carlos Augusto Rocha, diz que vê o anúncio como um reflexo de decisões governamentais que estão resultando em um enfraquecimento do banco. Ele destaca que a venda das ações pode garantir o pagamento da folha, porém acredita que resultarão em problemas futuros para a instituição. “Este pode ser o início do fim”, declara.