Editorial
Por uma nova forma de enfrentamento
A prevenção ao suicídio depende, acima de tudo, do bom funcionamento do sistema de atendimento em saúde mental. Dados oficiais, do Ministério da Saúde, aliás, demonstram que as taxas diminuíram em até 14% nos municípios onde há Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). A receita para encarar a realidade envolve, ainda, uma nova forma de tratamento do assunto, com o foco centrado na transparência.
As estatísticas são alarmantes. Durante audiência promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, a vice-coordenadora do Centro de Valorização da Vida (CVV), Leila Herédia, destacou que, a cada 45 minutos, um brasileiro comete suicídio. Aos parlamentares, ela afirmou acreditar que 90% dos casos poderiam ser evitados com atendimento adequado. Precisamos, portanto, conversar sobre o tema.
Informação não falta. É de conhecimento público, por exemplo, que a região Sul registra a maior incidência. As autoridades já identificaram maior vulnerabilidade na população de idosos. As campanhas ajudam, mas devem ser mais efetivas. Não existe alternativa, além de incluir o enfrentamento na lista de prioridades das ações relacionadas às demandas da saúde pública. Esta classificação, inclusive, torna mais clara a dimensão do problema.