Cidade
Geólogo defende potencialização da produção de energia no Estado
Defensor da utilização do potencial do carvão em prol do desenvolvimento do Estado, o pesquisador da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), Geraldo Rohde, articula alternativas para viabilizar a instalação do Centro Nacional de Excelência em Cinzas de Carvão (Cenacin). Ele já esteve reunido com representantes da Prefeitura de Candiota, tratando do tema.
Rohde aponta que o País possui uma grande jazida de carvão, representando 3,5 vezes a totalidade das reservas fósseis de petróleo. “O Brasil é o único país dentro dos 15 maiores detentores de reservas de carvão que não está entre os 15 maiores usuários deste recurso. Agora, o governo assinou autorização para importação de energia do Uruguai e da Argentina. Não há motivos para perpetuar essa pequenez, sendo que possuímos uma grande potência energética aqui mesmo”, destaca.
Além da geração de energia, o geólogo também vê potencial na matéria-prima pós-queima do carvão. Ele explica que o Cenacin é um centro de estudo para utilização das cinzas, que podem ser empregadas no setor de habitação, para construção de tijolos e blocos, com custo 30% menor que os insumos de construção, com propriedades superiores à cerâmica tradicional.
Outra utilização é como matéria de base e sub-base para manutenção das estradas vicinais. As cinzas também podem ser utilizadas no setor de saneamento básico, como aterros e bacia de captação de resíduos.
O geólogo ressalta que a última técnica já foi instalada em Candiota, na Usina Termelétrica Presidente Médici, com duas bacias de rejeitos. “As cinzas são a outra metade do carvão gaúcho e esse fato constitui, hoje, a possibilidade real da construção de um diferencial competitivo por permitir a sua visibilidade mesmo na fase pós-uso energético, que nenhuma energia primária possui”, afirma.
Rohde aponta, também, que além da energia termelétrica, o estado do Rio Grande do Sul também pode ser considerado uma potência energética pela presença de outros elementos que podem ser explorados, não apenas o carvão, como o xisto, o biodiesel e a energia eólica.