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Painel debate perspectivas sobre a realidade e o futuro da produção científica no Brasil
O salão de Atos da Universidade da Região da Campanha (Urcamp) foi palco na tarde de quinta-feira, 26, para o painel “Perspectivas atuais da produção científica”. Mediado pela professora e pesquisadora da Urcamp, doutora Clarisse Ismério, contou com a participação do doutor em Direito Guilherme Massaú, do jornalista Fernando Risch, do doutor em Matemática Marcelo Trindade, da doutora em Agronomia Tânia Morselli e do mestre em Novas Mídias e Práticas Web Lucas Rohan.
Durante sua manifestação, Massaú falou sobre a busca pelo novo. “Há muitos nichos, muitos assuntos que ainda não foram profundamente pesquisados e é disso que o futuro da produção científica depende. Não podemos nos contentar em estudar assuntos básicos. Precisamos ir além”, destacou, e se mostrou preocupado, também, pelo que representa a internet como ferramenta para o plágio acadêmico e para a disseminação de informações incorretas.
Por outro lado, Morselli falou da necessidade das instituições realizarem ações que impactem a comunidade dentro das universidades e se referiu à falta de apoio à pesquisa. “Falta apoio às instituições, faltam investimentos, falta percepção popular sobre o que as instituições de Ensino Superior realmente representam e tudo isso lesa completamente a ciência”, criticou Tânia e ressaltou a importância que o Brasil tem como pesquisador mundial. “Aonde vamos parar?”, questionou.
Para o jornalista Fernando Risch, grandes eventos acadêmicos são fundamentais para a promoção da pesquisa. “O Congrega é um desses eventos que criam um ambiente favorável para que os alunos se interessem e deem o primeiro passo no estudo científico”, indicou. Ainda segundo ele, é necessário valorizar cada vez mais os títulos acadêmicos e os profissionais que se dedicam à pesquisa. “Precisamos considerar mais a opinião de mestres e doutores nos assuntos de atualidade, inclusive”, pontuou.
O professor Lucas disse que, com a internet, as pessoas vêm perdendo a capacidade cognitiva e de interpretação do que leem. “Esse avanço da tecnologia cria desafios, como por exemplo, dar aula. Acabamos competindo com um celular. Isso faz com que precisamos buscar alternativas, provocar os alunos para que se interessem pelas aulas, pela pesquisa, por estudar assuntos que o atraem. Essa promoção é responsabilidade nossa, dos professores”, indicou Rohan, que finalizou fazendo uma comparação dos investimentos em Ensino Superior por ano do Brasil e de Portugal: “enquanto lá se gasta mais de R$ 5 mil por aluno, aqui são pouco mais de R$ 900”.
Finalizando o painel, Trindade contou um pouco da sua história e de como passou da iniciação científica a publicar artigos em eventos da Universidade de Oxford, no Reino Unido. “O apoio da Urcamp, dos professores, da minha orientadora Ângela Carreta foi fundamental para essa jornada”, explicou emocionado. Para ele, além da promoção da pesquisa por parte das instituições, os alunos precisam ser mais questionadores e não aceitar apenas informação mastigada. “Só dessa forma poderemos evitar um emburrecimento em massa”, falou.
Lucas, Marcelo e Fernando são egressos da Urcamp.