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Pesquisa aponta diminuição de rebanho e crescimento na produção de lã na região
A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), realizada anualmente pelo instituto Brasileiro de Geografia e EstatÍstica (IBGE), apontou uma diminuição de 3.766 cabeças, no rebanho ovino bajeense, entre 2015 e 2016. O levantamento revela, porém, um crescimento de 8,9 toneladas na produção de lã, no mesmo período.
A pesquisa apura informações sobre os principais efetivos dos rebanhos e as produções de origem animal e da aquicultura (piscicultura, carcinicultura e malacocultura), constituindo, assim, a principal fonte de estatísticas desse segmento econômico.
No PPM 2016, o IBGE apresenta dados e análises sobre as espécies animais, bem como a quantidade e o valor das produções da aquicultura, leite de vaca, lã, ovos de galinha e de codorna, mel de abelha e casulos do bicho-da-seda. A publicação inclui, ainda, notas técnicas com considerações metodológicas sobre e o questionário utilizado na coleta dos dados.
As informações são coletadas no Brasil, grandes regiões, unidades da federação, mesorregiões e microrregiões geográficas, e municípios. Conforme o IBGE, a produção de lã proveniente de ovinos foi de 9,76 mil toneladas no Rio Grande do Sul, e teve uma queda de 10,7% em relação a 2015. Em Bagé, a produção, diferente do Estado, teve um crescimento, passando de 298.232 toneladas, em 2015, para 307.178 toneladas, em 2016. A produção de lã ocorreu em 882 municípios, em 2016.
O efetivo de ovinos foi de 18,43 milhões de cabeças em 2016, alta de 0,1% em relação a 2015. Em 2016, houve criação de ovinos em 5 277 municípios. Em 2015, Bagé contava com um rebanho de 108.170 mil cabeças, e, em 2016, teve um decréscimo, para 104.404 mil cabeças.
Avaliação
Conforme o assessor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edgar Franco, a valorização da lã, no mercado internacional, é um dos pontos que incentivou os produtores a voltar a investir em raças produtoras, como a Merino Australiano e Ideal.
Franco ressalta que cada ovino produz cerca de 3,5 quilos de lã por ano e o valor do quilo está em torno de R$ 22. Além disso, o assessor explica que a diminuição do rebanho se deve, em grande parte, ao aumento das áreas de soja.
Na visão do presidente da Associação de Criadores de Merino Australiano, Manoel Francisco Zirbes Rodrigues, os produtores estão buscando mercado para melhorar o preço. Ele salienta que existem tratativas diretamente com a indústria uruguaia, para a importação do produto, e isso garante um aumento no valor do quilo da lã . “A raça, além de produzir a lã, também produz carne. Assim o animal acaba se subsidiando”, disse.
A presidente da Associação Brasileira de Criadores da Raça Ideal, Neli Coradini Abascal, ressalta que o crescimento da produção de lã se deve ao investimento em genética. Para a produtora, os criadores estão melhorando os rebanhos e a qualidade dos reprodutores.