Minuano Saúde
Outubro rosa: prevenção através da mamografia
A mamografia é um exame feito pelo mamógrafo, usando um aparelho de Raios-X, onde o paciente é posicionado e posteriormente, radiografado, o que vai resultar em imagens de alta qualidade, que servirão de base para o estudo dos tecidos da mama. Assim, é possível ver em detalhes e saber se há ou não algum nódulo ou cisto.
A imagem possui uma alta qualidade para verificar minúsculos detalhes no tecido mamário, por isso é tão importante na luta contra o câncer de mama. Em um exame de mamografia digital, por exemplo, é possível verificar cada ponto da imagem com zoom para detectar qualquer sinal suspeito de cisto ou nódulos.
Nesta edição, o médico radiologista Conrado Tramunt da Clínica CTSul, a mamografia deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos. Para mulheres mais jovens, o exame está indicado nos casos de pacientes de alto risco para câncer de mama ou com alguma queixa clínica/sintoma.
Tudo sobre mamografia
O médico Conrado Tramunt destaca que a maioria das mulheres não sente dor ao realizar a mamografia. Para uma boa qualidade do exame, é necessário que a mama seja comprimida (*apertada*). “No caso de pacientes com mamas mais sensíveis e que possuam ciclos menstruais, recomendamos que realizem seu exame logo após a menstruação, neste período a mama é menos dolorida e o exame será mais confortável”, ressalta.
A mamografia é um exame para detecção precoce do câncer de mama e, em alguns casos, de lesões precursoras do câncer de mama, conta o radiologista. “Ou seja, ela é capaz de identificar lesões pequenas que levariam anos para serem diagnosticadas através da palpação. Com este diagnóstico precoce, aumenta muito as chances de cura do câncer de mama. No entanto, a mamografia não previne o aparecimento do câncer”, relatou.
Tramunt destaca que a mamografia detecta a grande maioria dos cânceres de mama, diminuindo sua mortalidade, fato comprovado através de trabalhos científicos. “No entanto, existe mamografia falso negativa (o câncer está na mama porém, não é visibilizado pela mamografia), devido a fatores que incluem densidade mamária e tipos mais raros de câncer de mama”, informa.
Em relação à mamografia digital e convencional, o médico enfatiza que estudos não demonstram aumento da sensibilidade da mamografia digital em relação à convencional para a população em geral. “Porém, apresenta melhor desempenho nos casos de mamas densas e em pacientes mais jovens. Somado a isso, o sistema digital possui recursos que facilitam a leitura do exame pelos especialistas”, completa.
Há, também, a ultrassonografia das mamas, que segundo o profissional não substitui a mamografia. “A ultrassonografia das mamas é um exame complementar à mamografia. A ultrassonografia mamária não detecta microcalcificações (um dos sinais precoces de câncer de mama). A mamografia é o método que comprovadamente (pelos trabalhos científicos) reduz a mortalidade por câncer de mama”, esclareceu.
O radiologista explica que o primeiro passo é procurar seu ginecologista. Como especialista ele poderá realizar o exame clínico e indicar a melhor conduta.
Em termos populacionais não há incidência significativa de câncer de mama para mulheres antes dos 40 anos, de acordo com o médico, nesta faixa etária para que se recomende exame de rotina, com exceção do auto-exame que deve ser realizado mensalmente logo após a menstruação. “Somado a isso, não há evidência científica de redução da mortalidade pelo exame mamográfico em pacientes mais jovens”, acrescenta Tramunt.
São consideradas mulheres de alto risco:
- parentesco de 1º grau com câncer de mama (mãe, pai, irmã ou filha)
- diagnóstico prévio de lesão pré-neoplásica da mama por biópsia
- pacientes já tratadas por câncer de mama
Outros exames e cuidados
A maioria das mulheres com diagnóstico de câncer de mama não tem história familiar, completa o médico. “Apenas cerca de 5% dos casos de câncer de mama estão relacionados a alterações genéticas. Portanto, a falta de história familiar não dispensa a necessidade dos exames anuais”, conta o profissional.
Apesar de a mamografia ser um método de diagnóstico que utiliza radiação, a dosagem é extremamente baixa (bastante inferior à utilizada para uma radiografia do tórax).
Outra curiosidade, destacada pelo radiologista e que a prótese de silicone não contraindica a realização da mamografia. “Mulheres com próteses mamárias devem fazer sua mamografia anualmente sem receio de danificá-las. Nesses casos, se faz incidências especiais para melhor visibilização do tecido mamário”, garante.
O médico afirma que a principal aliada da mamografia é a ecografia mamária, que é usada tanto para analisar alguma alteração na mamografia, podendo também ser utilizada para “guiar” uma biópsia ou punção. “Também existe a ressonância magnética de mamas e a tomossíntese, porém esses dois exames possuem indicações bem específicas, sendo utilizados somente em casos especiais, devendo haver indicação do mastologista para sua realização”, relata.
Para fazer a mamografia
- não usar creme, talco ou desodorante nas mamas e axilas
- trazer exame anterior
- se possui mamas mais sensíveis e tem ciclos menstruais, agendar o exame na primeira fase do ciclo mentrual (de preferência nos primeiros 10 dias).