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Militares que participaram de missão no Haiti são homenageados pelo Exército
A 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada realizou, ontem, uma formatura em comemoração ao término da Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) para Estabilização do Haiti (Minustah), que iniciou em 2004. A solenidade aconteceu no 25º Grupo de Artilharia de Campanha e contou com a participação de várias autoridades.
O general da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (3ª Bda C Mec), José Ricardo Vendramin Nunes, destacou que a missão encerrou no dia 31 de agosto, após 13 anos de atuação brasileira. Segundo o general, 37 mil militares participaram durante este período. Houve a morte de 24 militares brasileiros, 18 deles no terremoto registrado em 2010, que deixou mais de 200 mil mortos no país.
O comandante salientou que unidades militares do país estão prestando homenagem aos Boinas Azuis. A denominação é devido ao fato de que essas tropas utilizam, como cobertura (nome que se dá, militarmente, aos chapéus, bonés, boinas e capacetes) na cor azul, a mesma da bandeira da ONU. Durante a formatura, participaram 720 militares, sendo 50 da missão do Haiti. No encerramento da atividade, os militares cantaram o hino da Artilharia e posteriormente fizeram um desfile pela unidade.
Missão histórica
A Minustah foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU, após a queda do então presidente Jean-Bertrand Aristides, que resultou no princípio de uma guerra civil. O Brasil contribuiu com o maior contingente: mais de 37 mil militares participaram da operação de estabilização do país. As unidades de Bagé também contribuíram com efetivos.
Os maiores desafios enfrentados pela tropa brasileira foram a pacificação de Cité Soleil, no início da missão, além da atuação nos episódios do terremoto de 2010 e do Furacão Matthew, em 2016. A Minustah também contou também com militares da Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Sri Lanka e Uruguai.
Novo convite
Vendramin salienta que o Brasil recebeu convite para participar de outras missões de paz da ONU, e que possivelmente deverá ir para a República Centro-Africana, a partir do próximo ano.
Com 5,2 milhões de habitantes, o país, considerado um dos mais pobres do mundo, enfrenta combates entres grupos guerrilheiros cristãos e o governo muçulmano.