Editorial
Investimentos escassos
As estradas federais sofrem com a falta de recursos. O contexto apresentado pela 21ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias revela, inclusive, que os investimentos registram queda desde 2011, quando totalizaram mais de R$ 11,2 bilhões. No ano passado, de acordo com o levantamento, apenas R$ 8,6 bilhões foram aportados na manutenção de vias. E a tendência é de uma redução ainda maior, em 2017, tendo em vista que só R$ 3 bilhões foram investidos no primeiro semestre. Com um sistema de transporte que depende do modal rodoviário, não deveria faltar dinheiro para o setor.
A falta de recursos, aliás, representa a contramão do processo. A pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta uma queda drástica na qualidade do estado geral das rodovias, classificando como regular, ruim ou péssima um total 61,8% das estradas. No ano passado, os indicadores totalizavam 58,2%. A minoria dos trechos, portanto, representava vias qualificadas como boas ou ótimas. Para tornar o cenário ainda mais agudo, metade do pavimento apresenta qualidade regular, ruim ou péssima. A solução, para esse contexto, passa, inevitavelmente, por novos investimentos.
A pesquisa ensaia uma projeção que ilustra muito bem o momento das estradas. A confederação estima que o governo federal precisaria investir R$ 51,5 bilhões para viabilizar a manutenção, restauração e reconstrução de 82,9 mil quilômetros de trechos desgastados, que apresentam trincas, ondulações, buracos ou pavimentos totalmente destruídos. No ritmo atual, portanto, seriam necessários cerca de seis anos para alcançar este volume de aportes. Não resta dúvida de que passou da hora de rever os critérios de prioridades no tocante aos investimentos no setor, que se traduzem em economia e segurança.