Editorial
Um plano para mobilidade
Bagé tem mais de 66 mil veículos. Considerando que a população da cidade é pouco superior a 122 mil, e que cada carro dispõe de até cinco lugares, podemos deduzir que a frota local é capaz de transportar, com folga, todos os habitantes do município. É fácil intuir, também, que a estrutura viária enfrenta o desafio de suportar o volume de automóveis e motocicletas. A única saída para esta encruzilhada atende pelo nome de planejamento. E a discussão inicia amanhã.
Atendendo convocação de uma Comissão de Revisão, a Câmara de Vereadores realiza, a partir das 8h30min, no Plenário Lígia Almeida, uma audiência pública para apresentação do plano de mobilidade que projeta soluções para o trânsito pelos próximos 20 anos. O debate cumpre uma prerrogativa democrática, estabelecida pela legislação. É uma etapa do processo de tramitação que precisa ser concluído até 2018, sob pena de inviabilizar o acesso de recursos federais para o setor. O que está em jogo, porém, transcende a questão orçamentária.
Bagé precisa encontrar alternativas para evoluir na oferta do transporte público. É preciso, ainda, desenvolver uma consciência nova, conciliadora, capaz de estimular o respeito e o convívio com outros modais. É inegável que as ciclovias merecem mais atenção. O trânsito deve, de fato, ser entendido como um espaço de convergência. Uma nova organização é necessária, principalmente para definir os caminhos que queremos trilhar pelas próximas décadas.