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Como prestar os primeiros socorros ao cão acidentado
Uma das principais razões para o encaminhamento de um cão ao consultório veterinário é o trauma decorrente de acidente. As causas de acidentes são diversas e estão principalmente relacionadas a atropelamentos ou quedas. Em geral, sabemos que a conduta que devemos tomar frente a uma situação destas é encaminhar prontamente o animal ao veterinário, que saberá como conduzir o procedimento da melhor maneira possível. Entretanto, o manuseio incorreto do animal a fim de antecipar sua condução ao consultório pode agravar o transtorno provocado pelo trauma. Mas, então, como devemos proceder corretamente frente a um animal acidentado? Primeiramente, antes de tocar no animal, devemos avaliá-lo, a fim de fornecer informações pertinentes ao médico veterinário. Precisamos verificar se o animal está consciente ou não. Em caso de consciência, cuidado na abordagem dele, porque geralmente os animais podem ficar agressivos devido à dor. Evite mordeduras e tente conter o cão com uma mordaça antes de iniciar sua avaliação. Caso o cão esteja inconsciente, evite manipular ele durante a avaliação, porque pode ter havido traumatismo craniano ou de coluna. Devemos avaliar se o animal está respirando, verificando o movimento do peito, ou então colocando a mão na frente de suas narinas. A presença de batimentos cardíacos também deve ser verificada, colocando a mão sobre o peito do animal. Em caso de parada cardiorrespiratória, o veterinário deve ser acionado com urgência ao local do acidente. O tutor ou quem presenciou o ocorrido pode tentar manobras de reanimação, pressionando o peito do cão com movimentos intermitentes fortes, porém não bruscos. Tentativas frustradas devem ser relatadas ao profissional no ato do atendimento. Caso a pessoa que prestou assistência não tenha conseguido perceber se existe ou não parada, o ideal é aguardar o veterinário no local. Devemos verificar também se existe hemorragia e também a sua origem. Animais acidentados tendem a produzir hemorragias em pontos de fraturas, nas vias aéreas, boca e ânus. Em caso de hemorragia nas vias aéreas, remova todo o sangue e secreção possível para evitar asfixia ou afogamento e ainda facilitar a respiração. No caso de pontos de fratura, deve-se apenas imobilizar a fratura e não aplicar garrotes, como de costume. O garrote quando não aplicado de forma e pelo tempo correto pode causar perda do membro afetado. Reconhecida uma fratura, deve-se tentar a imobilização, utilizando um pedaço de madeira, papelão ou PVC, que deve ser fixado com uma atadura ou pedaço de pano. Esta imobilização é temporária e útil apenas para o transporte do animal e a conduta definitiva será realizada pelo veterinário após a avaliação da fratura. Deve-se imobilizar todo o membro que pode estar fraturado, nunca apenas sobre a fratura. A fixação do membro impede o deslocamento da fratura até o local de atendimento. Já a fixação da fratura em si, quando aplicada de forma incorreta, pode promover um agravamento desta, aumentando o deslocamento dos fragmentos. No caso dos animais inconscientes, em choque ou em coma, evite manipulações, como citado anteriormente e tente transferir o animal para uma superfície plana, como uma taboa e fixe-o com ataduras ou panos para que possa ser transportado com o mínimo de movimentação. Em qualquer das situações, evite usar analgésicos de uso humano, porque eles são, em sua maioria, prejudiciais aos cães. Caso possua analgésico veterinário à disposição, utilize conforme a prescrição da bula para o peso estimado do cão e nunca utilize sobredosagem com o objetivo de aumentar seu efeito de ação. Caso não possua, o analgésico será administrado no consultório. Estes primeiros cuidados podem ser aplicados por qualquer pessoa que esteja no local no momento, mas nunca deve-se terminar a assistência no local. O médico veterinário deverá ser sempre requisitado para uma avaliação e conduta precisa e correta. Lembrando que mesmo o animal que sofreu o acidente e deixou o local andando deve ser encaminhado ao consultório, porque algumas vezes são provocadas lesões internas imperceptíveis, mas que irão se agravar nas próximas horas ou dias, diminuindo a chance de recuperação do animal.