Editorial
Uma comissão necessária
A criação de mecanismos de avaliação é parte fundamental de qualquer planejamento. Sem indicadores para mensurar resultados e apontar direções a serem seguidas, nenhum projeto pode decolar. O processo de fiscalização, porém, precisa ser democratizado. Neste sentido, a Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa, formada, oficialmente, na semana passada, pode ser qualificada como exemplo positivo. É cedo para comemorar. O momento, em verdade, serve para reflexão.
A comissão, formada por representações do governo e de organizações da sociedade civil, é fundamental para o andamento da Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa e do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa. O colegiado vai apontar o caminho a ser trilhado no sentido de metas ousadas, assumidas em nome do Acordo de Paris – estabelecido com o objetivo de reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa a partir de 2020. E a primeira constatação é pertinente.
A reunião que marcou o início de atuação do grupo encerrou com a certeza de que o financiamento de projetos representa o principal desafio. É importante destacar que recursos não faltam. O problema não é orçamentário. O tema precisa, de fato, ser pacificado no âmbito político. Este processo vai além da definição de prioridades. É preciso um verdadeiro esforço institucional para tirar os projetos do papel. Cabe dizer, ainda, que não compete exclusivamente ao poder público assumir todas as funções.