Cidade

York Modas celebra 80 anos com vitrine temática

Aos 16 anos, Felipe Kalil desembarcou no Porto de Rio Grande, vindo do Líbano à procura de um lugar para se estabelecer e fazer a vida. Aos 18 anos, fundou um dos principais comércios de Bagé, a Casa York, que atravessou oito décadas sempre se reinventando e se adaptando para atender as exigências da clientela.
Hoje a loja é comandada pelo filho de Felipe, Luis Francisco, segunda geração à frente da empresa familiar, fundada em 15 de setembro de 1937. Assim como o fundador, cosmopolita nascido em Rivera, no Uruguai, criado no Líbano e emigrado para o Brasil, mais precisamente para Bagé, a loja também se adaptou aos tempos e aos locais onde foi instalada. O nome do comércio, aponta Luis, é provavelmente uma homenagem do pai à cidade que era o destino de grande parte dos libaneses na época, Nova York, nos Estados Unidos.
Kalil relembra que quando o pai abriu a loja, em 1937, o foco era venda de tecidos e armarinho, em um espaço na face norte do Mercado Público de Bagé, na rua General Neto. Na época da demolição do prédio, em 1953, a loja foi instalada na rua Juvêncio Lemos, em um pequeno espaço, onde hoje está instalado o setor de confecção feminina. Assim como o interesse dos clientes, o foco da loja também começou a mudar, adaptando-se aos novos tempos com mais oferta de confecções e não apenas tecidos. Isso fez com que a loja fosse aumentando de espaço para atender a demanda.
“Durante a trajetória da empresa, passamos por diversas situações e nos adaptamos a todas elas, sempre buscando atender as necessidades de nossos clientes e da cidade que acolheu nossa família”, destaca.
A história de esforço e dedicação do patriarca, falecido em 2008, é lembrada com carinho não apenas pela família, mas também pelos bajeenses, que podem conferir uma pequena parcela da trajetória na vitrine temática instalada na loja. Ali estão expostas fotos, reportagens de jornais antigos, moedas da época e um dos maiores tesouros da loja: o primeiro livro-caixa, escrito à mão pelo então jovem Felipe Kalil, descrevendo as compras realizadas na loja no mês de setembro e outubro de 1937.
Luis relembra que a história da loja também é uma parte da história de Bagé, que nos próximos meses vai ganhar atenção e espaço especial na York Modas. No segundo andar da empresa, está sendo instalado um memorial, onde ficarão expostas as fotos, equipamentos e até mesmo o primeiro balcão da loja, com mais de oito décadas, para que os bajeenses tenham acesso a essa pequena parcela da história da família Kalil e da Rainha da Fronteira.