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Bagé sedia lançamento de livro que reúne histórias de viagem sobre duas rodas

Publicada em 03/01/2018
Bagé sedia lançamento de livro que reúne histórias de viagem sobre duas rodas | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Lugris já viajou por mais de cem países

O livro “Tempo em equilíbrio: Entre Paris e Singapura” será lançado em Bagé, no próximo sábado, às 19h, no auditório da Biblioteca Municipal Doutor Otávio Santos. A publicação, escrita pelo executivo gaúcho Ricardo Lugris, 59 anos, relata as suas impressões e sentimentos vivenciados em uma viagem de 35 mil quilômetros percorridos em sua motocicleta BMW 1200 GS Adventure, entre julho e dezembro de 2015. O evento contará com uma conversa informal sobre o motociclismo, a viagem e a experiência de viajar pelo mundo.


A história por trás do livro
Residindo na França há mais de duas décadas, Lugris atualmente ocupa o cargo de vice-presidente de marketing de uma empresa internacional de leasing, em Chantilly. O gaúcho se mudou para o país em 1983, após receber a oferta de emprego como executivo da Embraer.
Em 2015, Lugris decidiu sair da empresa fabricante e vendedora de aviões, para procurar outros desafios profissionais. O gaúcho, que desde os 18 anos de idade viaja por diversos países sobre duas rodas, conta que após esta decisão, começou a planejar uma viagem onde pudesse ter a experiência de viver um percurso sem data de retorno. “A oportunidade de uma longa viagem em um período sabático se apresentava como a melhor alternativa para resetar minha mente e meu espírito naquele momento”, conta.
Conforme o autor, a ideia de transcrever os momentos vividos durante a experiência, veio de seu amor pela leitura e escrita, que data desde a alfabetização. O autor comenta que o sonho de publicar um livro é muito antigo. Lugris atribui transformação do material em livro, em virtude da duração e significância da viagem. “Gosto de escrever sobre o que observo e vivo em minhas viagens de moto e tenho mais de uma dezena de matérias publicadas em revistas e sites especializados em viagens em duas rodas”, declara.

Bajeense de coração
Conhecido em Bagé pelo apelido de infância “Alfonsito” (em homenagem ao seu pai, Alfonso), Lugris nasceu em Pelotas, mas sua família se mudou para a Rainha da Fronteira quando o autor tinha apenas cinco anos.
Em entrevista, concedida por e-mail, ao Jornal MINUANO, Lugris conta que escolheu Bagé como primeira cidade a receber o lançamento do livro, pois a considera como sua querência, além de, até hoje, ser o local de residência dos seus pais e irmãos.
De acordo com o autor, a conexão é fruto de Bagé ter sido o local onde viveu grande parte de sua infância e adolescência, fazendo a escola primária no Grupo Escolar Silveira Martins e o Segundo Grau no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Apesar de estar distante desde os 18 anos, Lugris continua mantendo contato com amizades formadas durante a sua adolescência. O autor conta que procura sempre vir à Rainha da Fronteira, pelo menos uma vez ao ano, durante as férias.

MINUANO - Qual foi o melhor momento na estrada?
Lugris - Há muitos momentos extraordinários nesse tipo de viagem e ficaria muito difícil escolher um, pois teria que definir o porquê de selecionar esse momento como o melhor.
Os momentos mais adoráveis foram sempre aqueles onde tive contatos e encontros com crianças e adolescentes, sempre verdadeiros e sinceros em suas manifestações de apreço e carinho com o viajante estrangeiro. Quando guri, vivi um episódio assim em Bagé quando encontrei com um motociclista em viagem e dou muita importância ao contato com crianças. Meu livro exprime isso.


MINUANO - Como se sentiu quando terminou esta viagem?
Lugris - Terminar uma viagem de quase seis meses tem um misto de realização e orgulho, uma sensação de quase tristeza porque a viagem termina e uma grande vontade de voltar para casa e rever a minha família. O curioso é que no dia seguinte ao final da viagem, começamos a pensar na próxima.

MINUANO - Que lições foram tiradas?
Lugris - Qualquer pessoa que empreende uma viagem, seja esta qual for, jamais retornará igual. Viajar transforma, educa, ensina e enriquece aquele que ousa deixar seu espaço de conforto no sofá diante do televisor e se lança na direção do horizonte. Nesta viagem, particularmente, descobri que estou bem comigo mesmo e que tive e tenho o privilégio de uma vida de desafios que enriquecem. Viver é melhor que sonhar, já dizia a canção.

MINUANO - A escolha de uma motocicleta como meio de locomoção tem algum significado?
Lugris - A escolha da motocicleta, que eu considero como o "veículo perfeito", tem um grande significado para mim. Em primeiro lugar, poucas sensações na vida podem se comparar àquela do vento no rosto em um lugar do planeta onde você se encontra só e exposto à intempérie, ao frio, à chuva, aos elementos em geral.
Na moto você é parte da paisagem, sente os perfumes e cheiros quando passa, pode mudar de roteiro, deter-se onde quiser e, o melhor de tudo, como expresso em meu livro, é que você, viajando em uma motocicleta, mexe com o imaginário das pessoas com as quais cruza. Você, de maneira quase geral, as faz sonhar e isso não tem preço.
Além do mais, a concentração na pilotagem da moto por muitas horas permite uma liberdade de reflexão de pensamento que eu considero extremamente produtiva. Minhas melhores ideias e inspirações surgem sempre quando estou ao guidão de minha moto em algum lugar remoto de nosso planeta.

MINUANO - Essa escolha te causou dificuldades?
Lugris - Como disse antes, esta não foi minha primeira viagem de moto, foi apenas a mais longa e a mais significativa em função de um momento específico de minha vida. Assim, decidir viajar de moto ao outro lado do planeta foi uma decisão mais do que natural para mim. Ela foi evidente.

MINUANO - Qual a maior dificuldade encontrada na viagem?
Lugris Uma viagem desse tipo impõe inerentes dificuldades a quem a realiza. Entretanto, não considero que fazer uma viagem de seis meses seja mais difícil do que fazer uma viagem de 30 dias. É importante, entretanto, levar sempre em conta que você estará viajando sozinho e que dependerá inteiramente de si mesmo. Isso, aliado ao fato de que você estará por longos períodos sem nenhum contato com outras pessoas, pode ser uma dificuldade para alguns. Curiosamente, não o foi para mim. Adorei minha companhia.
Adicionalmente, a moto é naturalmente um meio de transporte perigoso e exige uma grande cautela e cuidado da parte de quem a conduz. Apesar de toda minha experiência, tive dois acidentes ao longo de minha viagem que poderiam ter tido consequências bastante graves para mim.


MINUANO - A distância já era prevista desde o início?
Lugris - A viagem, como prevista inicialmente, deveria durar um ano e eu faria a volta completa ao planeta.
O que aconteceu foi que ao deixar a Embraer, em poucos dias fui abordado por várias companhias no meu domínio profissional para ir trabalhar com eles, o que inviabilizaria este projeto pessoal.
Por sorte, uma das empresas que mais me agradava para continuar minha atividade profissional foi extremamente compreensiva e deu-me seis meses para iniciar o trabalho com eles.
É onde estou agora, com vice-presidente de Marketing de Aeronaves Regionais.

MINUANO - Pretende realizar outra viagem similar?
Lugris - Obviamente, sim. Ainda este ano, com minha esposa, Graça, fomos de moto da França até a Turquia, cruzando países interessantíssimos, como a Albânia, Bósnia e Macedônia. Na volta, percorri a Bulgária e as montanhas dos Cárpatos, na Romênia, lugares que completaram totalmente a Europa em termos de viagem para mim.
A próxima viagem é sempre a mais excitante. Preparar uma nova viagem equivale a criar uma nova oportunidade de sonhar, de ter perspectivas e expectativas. Meus sonhos estão sempre no alcance dos punhos de minha moto.

MINUANO - Existe alguma outra rota que gostaria de fazer?
Lugris - Há muitas, e algumas que já realizei e gostaria de repetir sob uma outra perspectiva. Algo assim como ler um clássico alguns anos depois. Sua percepção nunca será a mesma.
Gostaria de ir novamente de Paris ao Uzbequistão, pela Rota da Seda, e deter-me mais no Irã, onde estive apenas uma semana de moto e ir até as montanhas Pamir, no Kirguistão, na fronteira com o Afeganistão. Tenho pensado também no Alaska e Yukon, percorrendo todo o norte do Canadá.
Eventualmente retornarei em 2018 à Islândia para percorrer e acampar em seus fiordes, onde estive em 2013 e que foi objeto de matéria na Revista Duas Rodas naquele ano.

MINUANO - Como é a sensação de ter o livro pronto e em suas mãos?
Lugris - A concepção, elaboração e montagem de meu livro levou mais de dois anos em um trabalho constante e bastante dedicado em minhas horas livres, no tempo permitido em voos mais longos e nos meus fins de semana.
Como mencionei, fui muito rigoroso no que diz respeito à qualidade de conteúdo e forma do que estaria colocando no papel.
Assim, receber o meu livro em mãos causou-me uma grande emoção e um certo espanto ao perceber que as 290 páginas contidas ali foram inteiramente escritas por mim. Meu livro existe e eu me sinto, finalmente, um escritor.

MINUANO - A edição será vendida por qual valor?
Lugris - Produzir um livro no Brasil nos tempos que correm e com a qualidade gráfica que conseguimos com "Tempo em Equilíbrio" implica em custos bastante importantes. O livro será vendido a um preço correto para sua qualidade, de R$ 50 por exemplar.

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