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Segurança

Família de egípcios é sepultada em Cemitério Islâmico de Aceguá

Publicada em 03/01/2018
Família de egípcios é sepultada em Cemitério Islâmico de Aceguá | Segurança | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Cerimônia foi realizada na tarde de ontem

A família egípcia vitimada em um acidente no quilômetro 572 da BR-153, em Bagé, no domingo, 31 de dezembro de 2017, foi sepultada na tarde de ontem, no Cemitério Islâmico de Aceguá. Eissa Soultan, 43 anos, Hala Mohamed Hassan Mansour, 31 anos, e os filhos Mohamed, 7 anos, e Rahaf, 3 anos, foram enterrados no chão da necrópole. 
A família viajava para Aceguá, onde comemoraria o ano novo na casa do amigo Yussef Izzat. A última vez em que se comunicaram foi no domingo, por volta das 15h. “Havia convidado para passar o réveillon conosco. Botei um cordeiro para assar para esperá-los. Às 21h, ligamos e o telefone do meu amigo, Eissa Soultan, 43 anos, estava desligado. Começamos a ficar preocupados”, diz.
Izzat conta, também, que por volta da meia-noite, passou a telefonar para os postos da Polícia Rodoviária Federal da região. Ninguém tinha visto o veículo Toyota Corolla em que viajava a família. “Resolvemos procurar. Esperamos passar a noite e cedo da manhã fomos para a estrada. Por volta das 10h, vi alguns galhos caídos, com jeito de colisão e tinha um pedaço de um para-choque de veículo. Então olhamos para o barranco e lá estava o carro do meu amigo, que era como um irmão. Os corpos de sua esposa e dois filhos estavam caídos fora do carro. Uma tragédia”, emociona-se.
Ele conta que conheceu o egípcio em 2001, quando trabalhava em um frigorífico, em Pelotas, quando veio do Cairo para o Brasil. “Ele estava morando em Porto Alegre, agora. Éramos muito amigos. Veio para trabalhar e a esposa e os filhos faziam um ano apenas que tinham vindo para o Brasil”, relata o morador de Aceguá.

Izzat, que possui uma oficina mecânica em Aceguá, conta que convidou os amigos na véspera e que Soultan costumava visitar representantes da comunidade islâmica da região. “Somos descendentes de palestinos e o Eissa e sua família eram da nossa religião islâmica”, ressalta.

Soultan tinha inaugurado, há poucos meses, uma loja de roupas na rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. Ele também tinha outra filha, com uma brasileira, uma menina de nove anos, que passou o ano novo com a mãe. O egípcio trabalhava, anteriormente, como supervisor no Frigorífico Marfrig/JBS, em Pelotas, e depois em uma unidade da capital gaúcha.

Acidente fatal

Conforme as averiguações realizadas pelos policiais e os indícios no local, o Toyota Corolla com placas de Montenegro transitava pela BR-153, no sentido Caçapava do Sul para Bagé, quando o condutor perdeu o controle do veículo, saindo da pista em direção à ribanceira. Três passageiros foram arremessados para fora e o motorista ficou no interior do veículo que estava capotado. Todos os ocupantes morreram no local.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Santana do Livramento foi acionado para fazer o levantamento fotográfico e técnico, num trabalho classificado como difícil, devido ao acesso limitado. Também foi acionado o Corpo de Bombeiros de Bagé, no auxílio para a retirada dos corpos, para depois a Funerária Padre Germano fazer a remoção.

A liberação dos corpos ocorreu apenas no início da tarde de ontem, em Bagé, e, após foram levados para sepultamento no Cemitério Islâmico em Aceguá, realizado às 15h.

Cemitério

Construído em 2005, o Cemitério Islâmico, que fica ao lado do Cemitério Municipal de Aceguá, recebeu o corpo da família egípcia no início da tarde.

O empresário Mohamad Ali Mohd Yacoub, em entrevista ao MINUANO, em 2009, explicou que o cemitério é construído em direção à Meca (local sagrado para os muçulmanos, localizado na Arábia Saudita). Os túmulos, assim como a face do morto, também são orientados para Meca.

Os islâmicos não enterram corpos em caixões - eles são colocados nas covas, vestidos com uma mortalha, toda feita de tecido branco 100% natural (linho ou algodão), composta de três peças (quatro para as mulheres).

O empresário Nasser Yussuf esclarece que a morte é natural para a cultura islâmica. “A morte é um direito de todo muçulmano. Deus escreve o destino de cada um. Quando a criança está no ventre da mãe, já tem seu destino escrito. Sabemos que esta tragédia foi muito triste, mas é assim que Deus escreveu o destino deles”, diz.

Yussuf destaca que líderes religiosos de Porto Alegre, Santa Maria, Chuí e Santana do Livramento compareceram ao velório. “Eissa era um homem muito religioso. Era atuante e tinha muita fé. Prestamos essa homenagem para ele. Quando os corpos da família chegaram (ao cemitério), realizamos uma oração com a leitura do Alcorão e então realizamos o sepultamento”, detalha.

Ele conta que o ritual islâmico de morte é diferente do mundo cristão. “Lavamos o corpo, retiramos todos os pertences e as vestimentas, após, o corpo é envolto em um pano branco, simbolizando a pureza, e o enterramos com o rosto virado para Meca”, relata.

 

Sepultamento

Os familiares das vítimas, que residem no Egito, autorizaram o sepultamento em Aceguá. Apenas os homens participaram da cerimônia e, após, foi realizada uma reunião e oferecido um almoço para todos que vieram de fora para homenagear os mortos, conforme conta o empresário.

Pela tradição islâmica, quando o óbito é constatado, são tirados os anéis, brincos, aliança, relógio, correntes e outros adornos. O corpo é colocado de forma cuidadosa no chão de tal maneira que, caso estivesse sentado, estaria olhando para Meca (ou seja, os pés em direção àquele local). Flores e velas não fazem sentido neste momento para os islâmicos, mas são permitidas.

Os islâmicos não adotam a cor preta como luto. As mulheres devem estar vestidas de acordo com o islamismo, no máximo com o rosto à mostra (com um lenço cobrindo cabelos, orelhas e pescoço) e saias compridas sem demonstrar qualquer contorno do seu corpo.

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