Editorial
Precisamos de novas consciências
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou mais de 36,7 mil flagrantes de excesso de velocidade em rodovias do Brasil no feriado de Ano Novo. O balanço, divulgado na segunda-feira, detalhando o volume de auto de infrações, acidentes e mortes, ilustra o tamanho do esforço empreendido na fiscalização. Com foco no combate a ultrapassagens irregulares, excesso de velocidade e embriaguez ao volante, a Operação Rodovida também demonstra a proporção da imprudência.
As legislações são claras, em suas determinações, e rigorosas nas punições. Mesmo assim, a PRF flagrou, por exemplo, 1.646 motoristas sem cinto de segurança. Durante o feriado, os agentes também emitiram 257 autos de infração para motociclistas sem capacete. O relatório oficial da polícia destaca, ainda, que 308 motoristas foram flagrados trafegando com crianças sem a cadeirinha. Quando mais de 3,2 mil motoristas são flagrados em ultrapassagens irregulares e 565 acabam multados por dirigirem após ingerir bebida alcoólica, podemos deduzir que existe uma falha no sistema. E ela é pontual.
Falta consciência no trânsito. Mas falta, sobretudo, uma educação mais efetiva e específica, capaz de desenvolver a percepção de interdependência. Não podemos achar normal um volume de 987 acidentes. A fiscalização, que também é uma ação educativa, não resolve todos os problemas. A solução passa pela revisão de posturas ao volante. A saída envolve, inevitavelmente, a consolidação de uma cultura da prevenção. Cada condutor precisa ter entendimento sobre seu papel neste processo.