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página 2 - Os cuidados com os dentes do seu pets
O cuidado com a saúde bucal dos pets é essencial para evitar doenças. As bactérias que estão na boca podem ocupar outros espaços dentro do corpo e causar problemas de saúde graves para os animais. A prevenção é igual, tanto para os tutores de cães, como de gatos: escovação e limpeza periódica.
Saiba como prevenir doenças cuidando da higiene bucal do seu amigo
A veterinária Roberta Ferreira da Cunha, formada na Universidade da Região da Campanha (Urcamp), especialista em Odontologia, explica que é mais difícil realizar a prática da escovação nos felinos. Mesmo assim, eles são os que têm menos problemas dentais. Isto porque os banhos e a língua áspera dos gatos ajuda na limpeza. A frequência, entretanto, deve ser maior em animais que apresentam alguma doença autoimune.
Um exemplo é o complexo gengivite estomatite felina, uma reação exagerada do corpo às bactérias que ficam nos dentes – e formam as placas. Nessas situações, o gato pode apresentar dor, aftas, pode ter feridas na boca, podendo chegar à perda dos dentes. É possível perceber este tipo de doença quando o felino tem salivação excessiva, dificuldade de alimentar-se, emagrecimento ou passa a mastigar de uma forma diferente.
Para os cachorros, também é importante a limpeza dos dentes. Os problemas aparecem principalmente em animais de pequeno. O motivo é que as placas são constituídas pelas bactérias e pelo cálcio - formado nas glândulas salivares, localizadas atrás da boca. Com a boca maior, nos animais de grande porte, o cálcio não consegue alcançar todos os dentes, dificultando a formação da placa.
Roberta explica que o grande problema para os animais é que as bactérias podem entrar na corrente sanguínea e parar em qualquer parte do corpo. Assim, os pets podem desenvolver doenças renais ou cardíacas ou podem ter suas doenças agravadas.
A veterinária ressalta que “a saúde começa pela boca”. Ela informa que hoje a prevenção pode permitir vida mais longa aos pets. “Nossa preocupação é pela saúde deles”, afirma.
Prevenção
Quase todos os problemas podem ser evitados com a prevenção e limpeza diária dos dentes. Os tutores podem utilizar escovas de dente específicas – com angulação diferente para escovar os últimos dentes do animal e haste longa - ou dedeiras de silicone. Roberta ressalta que jamais pode ser utilizado creme dental para humanos, por conter flúor.
Pastas podem ser encontradas de diferentes tipos e valores. Para os animais mais novos, é possível utilizar uma variedade maior, já que o mais importante será o atrito com os dentes. Entretanto, os tutores devem ter mais cuidado ao optar pela substância para a limpeza dos animais idosos. Por isso é importante conversar com um veterinário antes de fazer a compra do produto.
A escovação deve ser feita com a mesma frequência que os humanos, três vezes ao dia. Mesmo assim, devido à dificuldade de realizar a limpeza nos animais, a prática pode ser realizada três vezes na semana.
Sobre a escovação, a veterinária alerta que é importante começar com o animal ainda bebê, mas é possível iniciar a escovação nos adultos também. Para isso, os tutores devem tentar associar a atividade a algo prazeroso para o pet.
Uma sugestão é começar brincando e mexendo na boca do animal, e, em seguida, inserir algo na boca, para só depois fazer a escovação – primeiro sem a pasta, e depois com pasta. Além disso, é preciso sempre dar alguma recompensa. “É importante criar essa confiança e nunca esquecer do brinde depois da escovação”, frisa. O prêmio pode ser um petisco, passeio ou brincadeira.
Alimentos duros, como ossos ou petiscos de palitos, também podem auxiliar na limpeza, pois obrigam o animal a roer e criam atrito com o dente. Entretanto, não são suficientes para fazer a limpeza sozinhos.
Limpeza
A veterinária ressalta que na hora da limpeza é preciso procurar um lugar de confiança, que realize todo o procedimento da forma mais segura para o animal. Caso a limpeza não seja feita corretamente, pode facilitar a proliferação de bactérias para o restante do organismo.
Antes do procedimento, o animal precisa passar por uma consulta e fazer um exame de sangue. Depois, é aplicado um antibiótico por dois ou três dias antes da limpeza.
Na hora da limpeza, o profissional deve fazer uma anestesia, preferencialmente inalatória. Roberta explica que a sedação deixa o pet ainda com alguns reflexos e com a possibilidade de sentir dor, diferente da anestesia. A inalatória não permite que o animal aspire a água utilizada durante o procedimento, já que um tubo é inserido na traqueia, impedindo a passagem. Por último, o veterinário fará a raspagem, ultrassom e polimento, que deixa o dente liso, dificultando o depósito de bactérias.
A veterinária salienta que hoje os animais vivem mais e é preciso oferecer qualidade de vida a eles. Por isso, devem ser oferecidos cuidados específicos aos cães e gatos para que eles possam aproveitar suas vidas com saúde.