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Cavaleiros de São Sebastião preparam montarias para cavalgada histórica

Publicada em 15/01/2018
Cavaleiros de São Sebastião preparam montarias para cavalgada histórica | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Participantes demoram mais de 100 horas para preparar os cavalos

No dia 17 de janeiro inicia a cavalgada histórica de São Sebastião, que irá percorrer cerca de 44 quilômetros na busca da imagem do padroeiro de Bagé, São Sebastião, no distrito de Torquato Severo, município de Dom Pedrito. A Associação de Cavaleiros Rainha da Fronteira e a Mitra Diocesana estão preparando os animais para o percurso. O grupo, coordenado pelo tradicionalista Mirabeau Borba dos Santos e pelo bispo Dom Gílio Felício, parte da Catedral de São Sebastião, com cerca de 30 cavaleiros, às 17h.

Neste final de semana o coordenador esteve na Fazenda Passo Real, em Candiota, para dar prosseguimento aos preparativos. Até lá serão mais de cem horas dedicadas aos cuidados e transporte dos animais e logística e até com a pilcha dos participantes.

Essa fase de preparação conta com a participação do ferrador Anderson Fontoura de Oliveira, 27 anos - um ex-militar que dedicou parte de sua vida ao trabalho com cavalos, desde a doma até a preparação de animais para o jogo de polo e equitação. Considerado um profissional raro, Oliveira tem a missão de preparar os cascos do animais para uma pisada confortável durante o percurso da cavalgada. O ferrador trabalha munido de grosa, faca, alicates, torquês, bigorna, martelo, tripé e rinete (ferramenta usada para limpar a sola do casco). Ele inicia a função usando a sombra da aroeira que faz par com uma corunilha, e, juntas, fazem teto para os quatro cavalos crioulos da fazenda que seguirão a cavalgada.

O trabalho do profissional inicia com o exercício de relaxamento do cavalo, que passa, a partir de então, a ser dócil e calmo durante o tempo necessário para tratar dos quatro cascos. Nem os cravos usados para prender o ferro e os movimentos, que mais parecem treino de alongamento, causam algum tipo de desconforto no animal. Um princípio defendido pelos organizadores é o bem-estar dos animais: “Essa é a primeira tarefa do proprietário de cavalos que participa de cavalgadas com suas montarias”, destaca Santos.


Arreios

A segunda parte dos preparativos diz respeito aos arreios. Esses são indispensáveis para um ótimo desempenho na cavalgada. São eles, por ordem da encilha: buçal e freio, xergão, carona, cincha, dois pelegos, sobre-cincha e o laço, que é preso por um tento no basto.

Conforme Santos, para o gaúcho, o cavalo é o animal, por excelência, usado quase que exclusivamente para montaria. Já o índio rio-grandense, vencido o temor que o animal desconhecido lhe causava, cavalgava altivamente pelas coxilhas, montando "em pelo" ou, mais tarde, num tipo de sela chamada xergão, sobre o qual havia uma carona, presa por uma espécie de cincha, governando o cavalo por uma corda que lhe era amarrada no queixo.

Peças para a montaria

Hoje os arreios (peças necessárias para encilhar o cavalo), os chamados aperos ou preparos, são bem mais complexos. Distinguem-se os aperos da cabeça e os de montaria. Os aperos da cabeça são todos de couro trançado ou chato e fazem parte da cabeçada que sustenta o freio na boca do cavalo, passando por trás das orelhas. Diferenciam-se nele a testeira, a alça de medida e os meios onde vai o freio.

O buçal é uma peça complexa que vai na cabeça e no pescoço do cavalo. Além da cabeçada, há, nele, a pescoceira e a focinheira, ligadas por duas argolas, e a sedeira. À argola inferior, prende-se o cabresto. No freio apresilham-se as canas da rédea para governar o cavalo. São dois meios, trançados finos e chatos, com três argolas em cada cana, tendo cada cana uma presilha.

Os aperos de montaria são colocados em uma ordem no lombo do cavalo. Inicia-se pelo xergão ou baixeiro, um suadouro que vai diretamente no lombo do cavalo. Sobre ele vai a carona, peça lisa de couro em que se assenta a sela para montar. Existem vários tipos de selas no Rio Grande do Sul. Também muito usado em todo Estado é o lombilho. Neste tipo de sela, distinguem-se a cabeça, a rabicheira, abas, travessão com a argola e os bastos. Como sela para mulheres montarem, existe o selim de gancho, em que ela pode montar até de vestido comprido, sentada de lado.


Selas

A sela é segurada pela cincha. Sobre a sela vai o pelego, pele de carneiro com a lã que serve de forro ao assento, coberto pela badana de pele macia, às vezes lavrada, segura pela sobrecincha.

Presos à sela ficam os loros, correias duplas que sustentam os estribos em que o cavaleiro firma o pé. Também existe a peiteira ou peitoral, peça de couro que cinge o peito do cavalo. Ela é composta de dois meios presos à sela e de uma faixa que se fixa na barrigueira. O rabicho assegura, junto com a peiteira, que a sela não se possa deslocar, nem para frente, nem para trás. Na parte posterior do lombilho estão presas duas pequenas tiras de lonca, os tentos, com que se ata o laço enrodilhado.


Tradição

Segundo o coordenador do grupo, no passado, as grandes estâncias tinham, além dos costumeiros cavalos de serviço, uma tropilha de estimação, mantida em invernadas separadas. Ele conta que as cordas eram engraxadas preferencialmente com sebo de rins e amassadas com querosene. Mas também é habitual o uso de óleo de mocotó, gordura de galinha, sebo de ovelha e graxa do granito. Para o coordenador, devido à manutenção de toda essa tradição, a cavalgada de São Sebastião chega à sua 14ª edição como um evento consolidado no meio tradicionalista. “Referenciamos sempre os usos e costumes do gaúcho fronteiriço e também a memória dos antepassados e a valorização do patrimônio imaterial, manifestado através da fé e da religiosidade do povo da região da Campanha” salienta.   

 

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