Editorial
Uma semana de novidades
Uma das medidas mais dinâmicas para garantir a manutenção de serviços e instituições é a inovação. Com ela, inúmeras tradições do pensar e fazer se revigoram a partir de novas formas de resolver problemas e conflitos. Às vezes, a inovação pretendida não reside apenas em praticar ações e conceitos a partir de algo totalmente novo, mas em rearticular ideias e reposicionar os esforços no sentido de alcançar soluções e viabilidade.
Assim, no caminho de revigorar as escolhas e alternativas de cultura, laser e trabalho de Bagé, é possível destacar algumas iniciativas que mobilizaram grupos da comunidade em prol de seu crescimento e/ou sobrevivência observados na última semana.
Um dos temas que merece ser destacado é a criação da Associação da Cidade Cenográfica de Santa Fé. Construída para servir de apoio cenográfico para o longa-metragem de Jayme Monjardim, O Tempo e o Vento (2013), a cidade foi erigida a partir de material frágil (fake), apenas para garantir a impressão de um vilarejo de alvenaria. Seu reconhecido potencial para atrair turistas e curiosos no que poderia ser transformado em um rentável parque temático que incluía explorar também a literatura de carga regional (o filme baseado na obra do gaúcho Erico Veríssimo apela para as origens e composição do gentílico rio-grandense) arrisca se perder no tempo e no vento. Com prazo máximo de resistência estimado em dois anos, a cidade tem literalmente se desintegrado, perdendo parte de telhado e partes de sua estrutura para as intempéries desde que a equipe global deixou Bagé, em 2012. Nos últimos cinco anos, não foram poucos os esforços no sentido de garantir sua manutenção, mas também é verdade que tal trabalho não parece dar os frutos desejados apenas com o parco apoio de governos municipais em fase de contenção eterna de despesas. Espera-se que, com a autonomia de uma associação, seja possível conferir ao trabalho a agilidade e credibilidade que um projeto de tamanho porte necessita para se tornar uma grande fonte de cultura, emprego e renda.
Registra-se, também, o exemplo do Guarany Futebol Clube que, como se destaca na edição de hoje, resolveu revigorar um processo de seleção para suprimento de vaga no time profissional. A atitude praticada pela última vez em 2014 oferece mais oportunidades a jovens que buscam um lugar para os seus sonhos de carreira no futebol e, também, amplia a alternativa de talentos à disposição do clube em um ano decisivo para sua consolidação entre as equipes gaúchas, que, a partir da terceirona, almejam alcançar uma vaga no campeonato gaúcho.