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Bancários coletam assinaturas em apoio ao Banrisul
O Sindicato dos Bancários de Bagé está coletando assinaturas em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular que impede qualquer governo do estado do Rio Grande do Sul de vender ações do Banrisul e ficar com menos de 51% do total do capital social do banco. A representação sindical tem uma meta para apresentar a proposta para a Assembleia Legislativa.
Ontem, o novo presidente do sindicato, Antônio Valdenir Saraiva Lopes, que atuou no Banrisul por 40 anos, e o tesoureiro da entidade, Ricardo Machado, coletaram assinaturas em frente à agência do banco na avenida Salgado Filho. Lopes salienta que para que a proposta seja encaminhada ao parlamento gaúcho são necessárias 70 mil assinaturas.
O presidente, que assumiu o posto este mês, após a renúncia de Nilton Dias, que atuou à frente da entidade por 18 anos, ressalta que a mobilização em defesa do Banrisul está sendo realizada em todo o Estado. "As pessoas podem procurar na frente da agência ou na sede do sindicato", informa.
Mudança na constituição
A proposta defendida pelos bancários altera a Constituição determinando, basicamente, que o estado do Rio Grande do Sul deverá, obrigatoriamente, manter o controle acionário e o poder direto de gestão do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, conservando, no mínimo, 51% do total do capital votante e 51% do total do capital social do banco”.
A intenção é incluir, no artigo 22 da Constituição Estadual, um parágrafo que mantenha o Rio Grande do Sul com o controle acionário e o poder de direito de gestão do Banrisul. Para chegar à Assembleia Legislativa, o projeto precisa de 70 mil assinaturas, número que corresponde a 1% dos eleitores que votaram na eleição de 2016, para prefeitos. Após a coleta, a proposta da nova legislação será encaminhada para votação em plenário.
A justificativa do projeto sustenta que a venda de ações do Banco do Estado do Rio Grande do Sul é contrária ao interesse público, pois significa uma absurda perda periódica de receitas, decorrente dos dividendos a serem auferidos num futuro próximo, como demonstra o exemplo ocorrido há uma década, em que desde então o poder público deixou de receber parte do lucro e não mais dispõe do patrimônio que era de todo o povo gaúcho”.
Frente parlamentar
Existe espaço para a discussão no parlamento gaúcho. A Casa, inclusive, conta com uma Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, que é coordenada pelo deputado estadual Zé Nunes, do PT. Em outubro do ano passado, o colegiado deflagrou um conjunto de ações para fazer frente à proposta de venda de até 49% das ações ordinárias e de 7% das ações preferenciais que pertencem à instituição, anunciada, á época, pelo governo do Estado. Em dezembro, o Palácio Piratini recuou, alegando uma queda no valor das ações do banco.