Editorial
Para melhorar as estatísticas
A expansão de linhas de transmissão totalizou 6.130 quilômetros em 2017. Este volume, de acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, ultrapassou em 74,8% a previsão inicial, de 3.506,9 quilômetros. A ampliação é fundamental para o sistema, porque viabiliza condições de escoamento, configurando um dos requisitos para instalação de novas unidades geradoras. A região da Campanha gaúcha não integra esta estatística positiva. A expectativa é promissora, mas não em curto prazo.
O papel de transmissão é crucial, influenciando, inclusive, de maneira direta, na elevação da capacidade instalada de geração. O balanço do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico revela, aliás, que a estimativa para o setor foi superada em 23,8% com a criação das novas linhas. Para este ano, a projeção é uma expansão de 5.739 megawatts (MW) de capacidade instalada de geração, com 3.262 quilômetros de linhas de transmissão. Infelizmente, os projetos locais terão que esperar mais um pouco.
É pouco provável que algum empreendimento eólico previsto para a região possa avançar no leilão A-4, que será promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em abril. O contexto está relacionado à falta de estrutura para o escoamento. Com potencial para gerar, falta, à Campanha gaúcha, alternativas para distribuir energia. A nova linha entre Bagé a Candiota representa apenas um passo no sentido da solução. A evolução do sistema precisa ser tratada como prioridade, na prática, sob pena de inviabilizar novos empreendimentos.