Cidade
Serviço de Tuberculose realizou mais de 1,3 mil exames em 2017
Após cinco anos sem conseguir bater a meta estipulada pelo Ministério da Saúde, de abranger 1% da população, o serviço de Tuberculose Doutor Paulo Barcellos conseguiu, em 2017, realizar1331 exames em Bagé. O posto específico para o tratamento da doença fica localizado na rua Carlos Barbosa, nº 1358, e foi inaugurado e julho de 1999.
Conforme a médica pneumologista e coordenadora do serviço, Rosana Gimenez Cerioli, a média de diagnósticos anual é de cerca de 30 casos. No ano passado, o número cresceu para 44. Rosana salienta que o posto estava com pouco recurso humano e que era difícil o deslocamento da equipe. Segundo ela, as unidades básicas de saúde deveriam auxiliar mais no diagnóstico e as pessoas que apresentam tosse por três semanas consecutivas deveriam realizar o exame de escarro ou baciloscopico para obter o diagnóstico. “Os postos devem solicitar os exames de escarras. Mas isso nem sempre acontece”, diz.
A médica salienta que, em 2017, houve um surto de tuberculose no Presídio Regional de Bagé (PRB) e foram realizados mutirões para atendimento. “Contamos com o apoio dos agentes para conseguir realizar os atendimentos”, relata.
Ainda de acordo com a médica, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. A pessoa que apresentar sinais e sintomas como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço ou fadiga também deve ser investigada. “As pessoas que vivem com o HIV e têm comprometimento imunológico são as mais suscetíveis”, informa. A utilização do crack também trouxe um aumento nos casos da doença.
Transmissão
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, ocorrendo a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.
A estimativa é que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. Embora o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos, uma vez infectada, a pessoa pode adoecer em qualquer momento de sua vida.
A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia.
Busca ativa
A tuberculose tem cura. O tratamento, que dura no mínimo seis meses, é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a médica, o Serviço de Tuberculose costuma realizar busca ativa nos pacientes que realizara o teste e estão e tratamento. A pneumologista destaca que o paciente deve obedecer as indicações médicas para que não haja reincidência dos casos.
Casos
No Brasil, a doença é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito.
Dia de combate
Além da médica, o serviço de tuberculose conta com uma bioquímica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, atendente, serviços gerais e auxiliar de laboratório.. No dia 20 de março, alusivo ao combate da doença, equipe irá intensificar uma campanha para incentivar o diagnostico precoce.