Campo e Negócios
Indonésia vai abrir mercado para importação de carne bovina brasileira
O ministro da Agricultura da Indonésia, Andi Sulaiman, confirmou, na segunda-feira, que o país asiático vai abrir seu mercado de carne bovina para o Brasil. A notícia foi divulgada pela Coordenação-Geral de Comunicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, logo após ser confirmada ao secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, durante audiência realizada em Jacarta.
“Vamos nos reunir com os demais ministérios para estabelecer cota para o Brasil e acelerarmos esse processo. Iremos ao Brasil em missão de visita, o mais breve possível, conhecer o País e os métodos de produção. Sabemos da superioridade da carne brasileira no mercado mundial”, disse Sulaiman a Eumar Novacki.
Novacki destacou a importância do mercado indonésio ao pontuar que o país tem 265 milhões de habitantes, o quarto mais populoso do mundo, e sua economia cresce cerca de 5% ao ano, ou seja, um economia em expansão, com grande demanda por alimentos e um baixo consumo de proteína em comparação com a média mundial. O Brasil também prospecta a exportação de frutas, lácteos, entre outros produtos para a Indonésia.
“Podemos apoiar a Indonésia não apenas fornecendo nossa carne de alta qualidade a preços competitivos, mas também cooperar na área de genética bovina, melhoramento de pastagens, cruzamentos industriais e exportação de animais vivos para confinamento”, disse Novacki.
O Brasil exporta para Indonésia US$ 1,5 bilhão de dólares por ano (80% das nossas exportações para o país) em produtos agropecuários e importa US$ 0,5 bilhão. Os principais produtos exportados pelo Brasil são: Complexo de Soja (37%), Açúcar (25%), Algodão (20%) e Milho.
A Indonésia exporta US$ 40 bilhões de dólares por ano, sendo o 6º maior exportador do mundo. Os principais produtos indonésios são óleo de palma, produtos florestais, borracha, pescados e café. O país asiático importa US$ 20 bilhões de dólares ao ano, principalmente trigo, açúcar, complexo de soja, algodão, frutas, carne bovina e milho.
Foco no mercado asiático
Dias antes da confirmação relativa à Indonésia, o representante do Mapa havia se reunido, na sexta-feira passada, com o ministro da Agricultura de Cingapura, Lim Kok Thai, e representantes da Autoridade Agroalimentícia de Cingapura (AVA) para pedir rapidez na habilitação de plantas frigoríficas brasileiras e atestar a qualidade das carnes exportadas pelo Brasil.
A atratividade de Cingapura reside no fato de a cidade-estado não ter produção agrícola relevante e possuir um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 300 bilhões em (2016) para uma população de 5,6 milhões de habitantes e pelas facilidades para o comércio que a desenvolvida infraestrutura portuária e aeroportuária do país proporciona. Apenas 3% da importação agropecuária de Cingapura é de produtos brasileiros. Os principais itens importados são carnes in natura, de frango, suína e bovina. Daí, a importância de acelerar a liberação de plantas frigoríficas brasileiras.
Na reunião realizada no Ministério da Agricultura de Cingapura, Novacki reforçou que o governo brasileiro tem interesse em atrair mais investimentos para o agronegócio nacional e apresentou vantagens do ambiente de negócios no país. “Temos uma lei ambiental das mais modernas do mundo, preservamos 66% da vegetação nativa do país e incentivamos as empresas a trabalharem nos mais altos padrões de sustentabilidade, com cultura ética, responsabilidade social e ambiental. Portanto, o Brasil produz alimentos de qualidade com preservação ao meio ambiente e queremos ser reconhecidos por isso”.
A delegação brasileira, que está em missão na Ásia, é composta por integrantes do Mapa, do executivo nacional, de governos estaduais e de representantes de empresas e entidades ligadas ao agronegócio. O grupo também realiza encontros na Malásia e Emirados Árabes Unidos, com autoridades governamentais e lideranças empresarias destes países, para discutir temas como a promoção comercial, sanidade animal e vegetal, investimentos, infraestrutura, importação e exportação de produtos e segurança alimentar com os representantes daqueles países.