Campo e Negócios
Dificuldades enfrentadas por produtores rurais viram pauta política em Dom Pedrito
O deputado federal Jerônimo Goergen, que coordena a Comissão Externa sobre o Endividamento Agrícola da Câmara dos Deputados, participou, na semana passada, de uma reunião promovida pela Associação dos Agricultores de Dom Pedrito (Aadp). Na ocasião, o presidente da Associação e Sindicato Rural de Dom Pedrito, Luiz Augusto Gonçalves de Gonçalves, que estava entre as autoridades convidadas, destacou a frequência com que o produtor rural sofre, em todos os aspectos, seja econômico, legal e ambiental.
O representante disse que, neste ano eleitoral, candidatos só terão apoio se de fato fizerem a diferença em favor da classe. "Chega de sócio oculto. O produtor não aguenta mais esse sócio oculto, que é o governo, tanto estadual, quanto federal", disse Gonçalves, que complementou: "Ano após ano, nós produtores apagamos incêndios. Chega disso! Precisamos de um plano que nos favoreça, que nos permita renda, logística. Produtor tem que ter estímulo para estar no campo. Não podemos mais depender somente do município, para qual o governo repassa o mínimo. Essa pirâmide tem que ser invertida", concluiu.
Gonçalves e o presidente da Aadp, Cristiano Cabrera, estiveram em Brasília, durante dois dias, também na semana passada, reunidos com representantes políticos e seus assessores, a fim de levar a eles algumas pautas, cuja solução julgam imediata. Entre as sugestões encaminhadas pelos dirigentes estão: a extinção do Funrural, a securitização das dívidas dos agricultores, a desoneração tributária, e, sobretudo, a criação de um plano que compense e garanta no futuro renda e estabilidade ao produtor rural. "Não podemos mais continuar como estamos. O agronegócio está sendo negligenciado pelo governo em todos os aspectos", reiterou Gonçalves.
Outros assuntos que também foram abordados, segundo o presidente da Associação e Sindicato Rural, foram o apoio ao pacto federativo, para que haja uma inversão da pirâmide e os municípios sejam os primeiros a receber os repasses financeiros, a fim de investir em estruturas como, por exemplo, estradas, e a solicitação para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) passe a financiar de forma subsidiada o agronegócio, com o objetivo de que o produtor possa ter condições de estocar o produto em sua propriedade. "Por isso, precisamos de um plano. Não basta securitizar ou renegociar dívidas, é necessário algo maior que nos dê mais possibilidades. O produtor brasileiro tem produzido cada vez mais, alimentado o mundo, e está cada vez mais pobre. Precisamos de renda", enfatizou.