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Secretário estadual de Educação visita Bagé e defende "ensino do futuro"
O secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Ronald Krummenauer, cumpriu agenda, ontem, em Bagé. O motivo da visita foi a sexta edição do projeto "Bate-Papo com os Diretores", iniciativa em que o titular da pasta percorre cidades do interior para debater com os gestores de escolas e autoridades das Coordenadorias Estaduais de Educação (CREs). Na Rainha da Fronteira, ele se reuniu com cerca de 130 profissionais, entre diretores e autoridades pertencentes à 13ª CRE, com sede em Bagé, e a 19ª CRE, de Santana do Livramento.
A iniciativa, segundo o próprio secretário, tem dois objetivos e fases distintas. Em um primeiro momento, que aconteceu durante a manhã, no auditório do Palacete Pedro Osório, Krummenauer ministrou uma palestra sobre as tendências tecnológicas e seu impacto na sociedade, destacando o uso de recursos em sala de aula e seus efeitos, positivos e negativos, para o ensino.
Na avaliação do secretário, o professor não vai ser substituído, mas terá um papel diferente no "ensino do futuro". A atividade teve o objetivo de preparar os profissionais para exercer este papel. "O futuro da educação depende de como os educadores se adaptam à realidade atual", destaca.
A segunda etapa do encontro, realizada em salas de aula da Escola Estadual de Ensino Médio Doutor Antônio Carlos Kluwe, se resumiu em reuniões com os diretores de escolas. Em grupos de 40 ou 50 pessoas, os gestores apresentaram os seus anseios diretamente às autoridades da secretaria, que a partir disso elencaram as principais demandas da região.
De acordo com o coordenador da 13ª CRE, José Carlos Nobre, a ação permite a aproximação entre as equipes de gestão das escolas e a Secretaria Estadual, representada pelo seu titular e pelos diretores dos departamentos pedagógico, planejamento, recursos humanos e transportes.
Sobre as principais demandas elencadas por outras coordenadorias, Krummenauer afirma que mais de 90% das 2,5 mil escolas do Estado estão com problemas em suas redes elétricas. Para reverter esta situação, o governo está procurando parcerias com universidades, contratando bolsistas para desenvolver projetos com auxílio de professores e engenheiros elétricos do quadro. Os recursos para estas ações devem ser conquistados através de empréstimo junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
Outras questões frequentemente apontadas pelos diretores ao secretário são a necessidade de coberturas em quadras poliesportivas das escolas e a reestruturação dos critérios dos recursos humanos da rede.
Manifestação
No início da manhã, integrantes do 17º Núcleo do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) realizaram uma manifestação em frente ao Palacete Pedro Osório, onde esperavam a chegada do secretário. Conforme a diretora do núcleo, Delcimar Delabary Vieira, os eixos principais da ação foram manifestar contrariedade ao pagamento atrasado dos salários e solicitar contratações de novos profissionais para substituir aqueles que não podem exercer suas funções devido a problemas de saúde.
A atividade também faz parte das ações do Dia de Paralisação Estadual, realizado como protesto ao projeto de lei 212/17, que dispõe sobre o Sistema de Assistência à Saúde e sobre o Fundo de Assistência à Saúde.
De acordo com a diretora, caso esse projeto seja aprovado, os servidores beneficiados pelo IPE deverão pagar 40% do valor dos procedimentos médicos que precisarem realizar, independente da faixa salarial. A medida abrange consultas, exames, serviços e procedimentos, privatização e precarização dos atendimentos. "Este projeto nos preocupa porque muitos dos nossos colegas poderão morrer por não terem acesso à saúde", argumenta.
Ao ser questionado sobre o assunto, o secretário afirmou que a pasta é uma das integrantes do processo, mas não tem voz decisiva quanto ao projeto. Quanto às outras demandas do Cpers, ele diz que, desde que assumiu a secretaria, há cerca de 10 meses, está buscando soluções junto à diretoria-geral do sindicato.