Cidade
Jantar inicia comemorações dos 120 anos da Aciba
A Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba) realizou, na noite de terça-feira, o tradicional jantar de abertura das atividades. Nesta edição, porém, com uma novidade: o evento assinalou o início das comemorações pelos 120 anos da entidade.
O presidente da Aciba, Frank Minotto, na ocasião, lembrou que, ao longo da sua história de 120 anos, a associação tem contribuído para o desenvolvimento da cidade, sempre buscando ser um elo entre o setor público e a iniciativa privada. Na oportunidade, ainda, foi apresentada a nova identidade visual, um selo que marca a expressiva data e sinaliza a trajetória de 12 décadas da associação.
No evento, ocorrido nas dependências do Restaurante Betemps, foi apresentado um vídeo institucional ressaltando que a Aciba acredita que é em conjunto que se alcança mais. A mensagem passada deixou claro que é somando forças que a classe empresarial tem condições de reverter crises, organizar ações e aproveitar melhores oportunidades. Minotto mencionou que a entidade se orgulha desta longa história de realizações e aproveitou para convidar a todos para fazer parte das ações comemorativas que ocorrerão durante o ano de 2018.
Prefeito se manifesta
Sendo um ato tradicional da entidade, o chefe do Executivo, há anos, participa do jantar de abertura das atividades, fazendo uma prestação de contas referente ao trabalho realizado frente à gestão municipal. Em sua explanação, o prefeito, Divaldo Lara, falou sobre as medidas estruturais e econômicas realizadas e das conquistas que estão sendo almejadas.
Membros da entidade aproveitaram a oportunidade para falar, agora diante de um grande grupo, sobre a elevação de tributos estabelecidos recentemente, como o direcionado ao alvará de funcionamento, registrando mais de 300% de aumento, em alguns casos; iluminação pública (cerca de 50%, no caso de residências), assim como a taxa de coleta de lixo - dados mencionados pela própria associação.
A Aciba questionou o prefeito se ele não temia inviabilizar o funcionamento das empresas com elevações "tão exageradas". "Quais critérios foram utilizados para tal tributação? (...) Como o poder público espera que as empresas e profissionais dissolvam esse exagerado aumento em seus custos? (...) Foi feito algum estudo prévio para garantir que o setor produtivo teria como arcar com essas taxas?" foram as perguntas apresentadas.
Em resposta, Divaldo argumentou sobre o lixo, explicando que era preciso reequilibrar a receita com a despesa, em função de ser um setor deficitário, e que o aumento foi necessário para manter o serviço. Sobre a iluminação pública, ele salientou que foi reequilibrada a carga para que se mantivesse a meta de ser estabelecida uma parceria público-privada. "Tínhamos 1.622 famílias que pagavam iluminação pública na área rural, de forma indevida e irregular, porque não tinham iluminação pública. Cortamos isso e o valor foi repassado para todas as economias que têm o uso de iluminação pública na cidade. O governo tem, à disposição, que se viabilize e reveja os valores para chegar em um denominar comum", mencionou ele.
Por fim, o chefe do Executivo frisou que ainda que o setor dos alvarás seja deficitário, a secretaria poderia ter estabelecido um dialogo prévio com a entidade. "É necessário pontuar que alguns valores permanecerão, pois este é, também, um setor deficitário, que custa mais do que arrecada. Sei que a carga tributária é alta no Brasil e reconheço o apelo da classe, por isso estou aberto a possíveis negociações", disse.
O prefeito finalizou o pronunciamento abrindo espaço para discussão. "A decisão do município é fazer o encontro e não confronto, não somos radicais. Estou à disposição para receber críticas, sugestões e melhorias da entidade, não temos dificuldades de reconhecer erros. Nossas ações do governo são transparentes. Não tenho pretensão de reeleição, mas quero modernizar a cidade e colocar Bagé em um patamar diferenciado", concluiu.